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“O crime compensa” (Trasímaco 440-395 a.C)

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
27/09/2014 - 16:46
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Em dias idos, milhares de pessoas que estavam ligadas num canal famoso de TV, testemunharam um adolescente, figura camuflada no vídeo, dizer que quando crescer quer ser “bandido”. A afirmação desse jovem nos faz pensar e, ao mesmo tempo, abonar a tese de Trasímaco (440-395 a.C) um sofista dos tempos da Filosofia Ática, que  “o crime compensa”.

A justiça, dizia Trasímaco, é um conceito para pessoas de mente debilitadas, a qual falta à determinação de se afirmar. Na teoria de Trasímaco temos a filosofia da “lei do mais forte”, a filosofia da barbárie. Para ele a lei era uma simples manifestação dos interesses das classes dominantes. Classe dominante que espreme e avilta a classe dominada,  levando-a de encontro ao “paredão” das situações insolúveis.

O impressionante e incontestável, é que quase 2.500 anos depois da assertiva de Trasímaco, podemos constatar que o homem e as sociedades organizadas não fizeram grandes progressos nesse campo. Mesmo porque as ideias desse antigo sofista não são muito diferentes das dos relativistas da era pós-moderna. Sendo assim, aquele garoto, que nos deixou a todos num estado de perplexidade, conseguiu, em parte, sacudir o povo brasileiro da letargia da quase insensibilidade para com os males que afetam os juvenis. O garoto, repito, é a mais grosseira representação do homem pós-moderno alienado, que já não se empenha por nada; pois que é produto de uma filosofia de vida em que a verdade e os valores morais são relativos. São moços, de ambos os sexos, que fazem da inibição, da apatia ou da resignação um mecanismo de defesa frente ao fracasso reiterado.

O fracasso, que altera o significado de vida e o sentido de tempo na existência desses jovens inditosos, alguns ainda adolescentes, faz manifestar uma fixação e uma incapacidade de conseguir mudanças ou uma melhoria na desorganizada conduta arbitrária em que estão metidos. Ao mesmo tempo, se deduz, da declaração radical “quero ser bandido” que o sentimento que permeia a alma desse menino é fortemente influenciado pelas exigências exageradas e irracionais, bem como das condições submissas e dependentes do seu dia-a-dia.

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Quando se coloca em discussão, as agruras enfrentadas pela sociedade, em decorrência dos problemas advindos dos jovens, as causas mais comuns são: a pobreza ou a miséria; as desigualdades sociais; a falta duma política educacional que venha abranger o jovem na sua totalidade; mais rigor nas leis, etc.

Creio que é tudo isso e mais alguma coisa. É difícil para esses jovens enfrentar e superar a realidade que os rodeia. O acúmulo de tensões originadas em tal situação pode reproduzir sentimentos de agressão, revolta e ira. Altera-se a estabilidade emocional, diriam os psicólogos, produzindo um grande desequilíbrio nas relações humanas. Também, destrói-se a identidade, quebra-se a estima pessoal e, consequentemente, surge a desvalorização ante os demais. O jovem em questão ou outro em igual situação, não se sente mais útil, ou melhor: ele não sabe o que é ser útil salutarmente; já que a sua utilidade é no comércio de drogas e do tráfico organizado. Assim, não sendo útil aqui fora, não tem oportunidade, nem recursos para subsistir além do seu mundo nefasto. Por outro lado, a socie-dade, que já o vê na condição de delinquente, dos tempos atuais, começa a prescindir dele; passa a observar, de longe, as suas carências e frustrações que são a causa da experiência subjetiva da alienação em que ele vive.

Portanto o jovem, que nunca leu o sofista Trasímaco, mas que é escolado por assistir diariamente os telejornais que retratam a toda hora crimes, especialmente, contra o erário público, praticado por figurões da alta sociedade, sem a punição devida, termina por aceita que o crime compensa, pelo menos, para os graúdos. Deste modo, o jovem  vai-se perdendo a si mesmo,  a ponto de em completa desesperança, desabafar: “QUERO SER BANDIDO!”

Ao que parece,  meu caro Trasímico, no Brasil o crime compensa!

*Pesquisador  Bibliográfico em Humanidades.
E-mail: [email protected]

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