Mais um incidente aeronáutico, neste domingo, volta a pôr em cheque sobre quão seguro é voar para o interior do Acre. Dessa vez, um avião bimotor Sêneca sofreu um estouro de pneu, fazendo com que o piloto saísse da pista, em Manoel Urbano.
A pane pode não ter causado nenhum problema sério aos seus passageiros e ao próprio aeronauta, mas traz à tona as denúncias de agosto deste ano, quando esta GAZETA publicou reportagem em que os próprios pilotos de aeronaves de pequeno porte relatam diversas irregularidades na aviação geral local, entre elas o transporte excessivo de cargas e de passageiros e desvios operacionais como assinar horas de voos a pilotos ainda não habilitados ou com quase nenhuma experiência.
Inspeção de manutenção e certificado de aeronavegabilidade vencidos não são raros entre alguns operadores no Acre.
O barril de pólvora preste a ser aceso na região, segundo alguns profissionais do setor, é corroborado pela ausência total dos funcionários da Agência Nacional de Aviação Civil, Anac. O órgão tem de zelar pela segurança de voo em todo o país, mas quando vem ao Acre fazer algum tipo de fiscalização, todos ficam sabendo antecipadamente e as irregularidades são camufladas. É preciso que os novos parlamentares observem para esse descaso.