No 1º turno realizado no dia 5 de outubro, o sistema biométrico, novidade em Rio Branco e em outros municípios nestas eleições, foi criticado pela demora na hora de votar. Como nem sempre as digitais eram reconhecidas pela máquina na primeira tentativa, o tempo de espera do eleitor na fila praticamente triplicou e muitas seções eleitorais tardaram a fechar.
As quatro seções no prédio do Sest/Senat, localizado no bairro Vila Acre, registraram ocorrências de tumulto e tempo de espera na fila de até 4 horas. No último dia 5, uma mulher que teria supostamente furado a vez gerou revolta na seção 476. A polícia precisou intervir para conter os eleitores.
A equipe do Jornal A GAZETA retornou ao Sest/Senat neste 2º turno para acompanhar a movimentação. A fim de melhorar e acelerar o atendimento ao eleitor, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC) dividiu as seções em dois pavilhões, o que possibilitou mais espaço para as pessoas durante a espera.
As filas continuavam grandes, porém, com movimento normal. De acordo com os auxiliares de juiz da zona, “o dia foi tranquilo”. Parte disso se deve ao fato de que no segundo turno, o eleitor precisou votar apenas para presidente e para governador.
Segundo levantamento dos mesários, o sistema biométrico obteve menos falha neste turno. Supõe-se que as impressões digitais de uma pessoa podem sofrer lesões pelo uso de produtos químicos ou descamações severas na palma da mão, o que justificaria a máquina não reconhecer a pessoa às vezes. Mas há outros recursos para fazer valer o voto do eleitor brasileiro: a confirmação pela foto, pelos dados do título eleitoral ou por outros procedimentos previstos em lei.
Sistema biométrico
Esse equipamento foi utilizado com sucesso em três municípios nas eleições de 2008, 60 nas eleições de 2010 e 301 nas eleições de 2012. Participaram desse processo eleitores previamente recadastrados. No cadastramento são coletadas impressões digitais, fotografias e assinaturas digitalizadas.
De acordo com o TSE, para as Eleições 2014, há 764 municípios, com total de mais de 21 milhões de eleitores aptos a votar com identificação biométrica.
Em 762 desses municípios houve revisão eleitoral biométrica.
Com o sistema de identificação biométrica, o TSE espera que o país tenha não só a votação mais informatizada de sua história como também a mais segura, já que não haverá dúvidas quanto à identidade de cada eleitor. Além disso, o Brasil poderá criar o maior banco de dados de imagem de impressão digital do mundo.
Atendimento preferencial é questionado
Na fila de espera, o descontentamento era sempre o mesmo: mulheres com crianças de colo. Um eleitor que pediu para não ser identificado alegou que nesta votação havia muitas crianças sendo levadas e até “usadas” para se conseguir o direito à preferencial.
De acordo com o artigo 143 do Código Eleitoral, possuem preferência para votar mulheres grávidas, lactantes, eleitores maiores de 60 anos, com deficiência ou mobilidade reduzida e os enfermos.