E depois das eleições deste domingo, uma chuva de ‘mangofas’ desabou nas redes sociais em torno dos perdedores. O bombardeio virtual de quem votou 13, com piadas para todos os gostos sobre a militância tucana, confirmou a tradição dos eleitores acreanos de sempre zombar, de algum modo, com candidatos derrotados e seus aliados mais diretos, sejam eles ‘situação’ ou ‘oposição’.
Por isso, não haveria de ser diferente com o senador Sérgio Petecão (PSD), opositor ferrenho ao governo de esquerda que se consagrou mais uma vez no domingo. Segundo as más línguas, ele teria dito que “iria embora do Acre” se a Frente Popular obtivesse o êxito de reeleger o governador Tião Viana (PT).
“E aí, vai ou não vai senador?”, era uma das perguntas mais visualizadas e curtidas no Facebook, ontem, a ponto de causar irritação no próprio Petecão.
Em uma de suas três páginas, no mesmo site de relacionamento, o parlamentar afirma o seguinte: “Quanto ao desabafo que fiz é verdade!”.
Mas ele faz ressalvas: “Os pilantras fizeram a escuta e editaram. Escuta clandestina é crime, TRE!!! O que [eu] disse é que tem muita gente no nosso Estado, que não aguenta mais tanta perseguição e até pensam em ir embora do Acre”.
Mas aí logo em seguida vem a explicação para a frase maldita, desdita ou nunca dita: “Às vezes até eu penso [em] ir embora, eu que nasci e tenho tudo aqui”.
Para a psicóloga Fernanda Ribeiro, a coisa funciona mais ou menos assim: “Quando damos a nossa palavra a alguém e não a cumprimos, cada vez mais aquilo que você diz vale menos”.
“Não posso afirmar que foi isso que aconteceu com o senador, porque ele mesmo disse que não disse, mas de um modo geral: “nunca mais” quer dizer nunca mais, e não “mês que vem” ou daqui a pouco”, explica a profissional ouvida por A GAZETA.
E aqui para nós, os políticos sabem muito bem disso. Muito mais do que as pessoas comuns, embora teimem em praticar alguns deslizes aqui e acolá. E é justamente aí que a coisa vira piada. (Foto: Divulgação)