A Polícia Civil de Rio Branco apresentou em coletiva nesta quarta-feira (11), dois suspeitos de participar da morte do agente penitenciário, Anderson Albuquerque, de 29 anos, executado com dez tiros quando chegava em casa, no dia 3 de fevereiro. A polícia afirma que a ordem para matar Anderson partiu do presídio, mas descarta a existência de facções criminosas.
O suspeito apontado como autor dos disparos, Diemerson de Souza, de 22 anos, foi preso na terça-feira (10), no bairro Caladinho. O outro suspeito, Cláudio Martins, conhecido por ‘Barrão’, preso nesta quarta quando saía do presídio, teria fornecido a arma e indicado a vítima. Ele cumpre pena no regime semiaberto há seis meses por associação ao tráfico de drogas.
De acordo com o delegado Alcino Loureiro Júnior, o que pode ter motivado a execução do agente foi algum atrito com detentos. “A investigação está no início, mas pelo que tem sido ventilado, seria um suposto desprestígio, detentos que acham que não estão sendo bem tratados, algo do gênero. Temos mais 20 dias para concluir o inquérito. A princípio a ordem partiu do presídio, mas precisamos avaliar se são circunstâncias pessoais ou se há outro tipo de situação”, diz.
De acordo com a polícia, um carro modelo Escort azul escuro, foi usado no momento da fuga. Outros dois suspeitos estão sendo investigados e devem ser indiciados no inquérito.
O secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, afirmou que o Estado será intolerante com este tipo de crime. “Essa é uma reposta dura e pronta. Vamos ser implacáveis e intransigentes com qualquer situação que coloque em xeque a sociedade acreana”, disse.
Ao G1, Diemerson afirmou ser inocente e alega não saber nada sobre o crime. “Eu não sei de nada. Eu sou inocente porque não tenho participação no crime, eu tenho como provar que não participei da morte de ninguém. Mas, quando a polícia acusa alguém, eles não voltam atrás senão perdem o cargo deles. Quando apontam, é isso e pronto, mas na frente do juiz, na hora de provar, fica desmoralizado”, diz.
O outro suspeito se negou a prestar esclarecimentos e disse que só falaria em juízo.
Anderson Albuquerque atuava há seis anos como agente penitenciário e trabalhava na Unidade de Recolhimento Provisório (URP), do Presídio Francisco D’Oliveira Conde. Após a morte dele e de outro agente penitenciário, Edmilson Freire, também assassinado a tiros, a categoria fez um protesto impedindo a visita íntima aos presos. A atitude desencadeou motins em presídios do estado e ataques contra a categoria.
Na época das mortes, o Sindicato denunciou a ação de facções criminosas e afirmou que as ordens para matar agentes viriam de dentro do presídio. (G1/ AC)
Fotos: Odair Leal/ A GAZETA