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Um semióforo

Revirando coisas antigas, achei um texto que uma amiga me mostrou, fala de semióforos. A autora Marilena Chauí utilizou esse termo em seu livro: Nação como semiófaro. O termo simboliza um fato, um objeto, uma pessoa, enfim, pode remeter vários sentidos, esses que, por sua vez, são capazes de produzir outros.

Por exemplo, um semióforo é uma flor entregue a uma menina por um menino apaixonado. Aquela flor vem cheia de significados, intenções, são palavras que estão subjetivas naquele ato. Ainda que aquela flor murche e seque, ela sempre vai significar algo, além da sua existência.

Ou ainda, um guardanapo de papel que as amigas guardaram de recordação daquele dia em especial, que beberam até não conseguir mais, choraram juntas e deram gargalhadas da mesma situação.
Hoje, quando voltei a ler esse texto, me dei conta de que os semióforos fazem parte da minha história. E que eu tenho uma coleção deles.

Guardanapos, fotos, cartas, pingentes, anéis, ursinhos, copos, e por aí vai. E cada um me traz uma lembrança boa. Na verdade, todos me trazem lembranças de momentos engraçados, momentos inesquecíveis que vivi.

Sou apegada a datas, gestos simples, presentes que eu possa guardar pelo resto da minha vida. Mais que um presente, eu gosto daqueles com valor sentimental, que tenha algum significado, por mais bobo que seja. É, sou careta mesmo!

Afinal, o mundo está precisando de mais pessoas caretas, que não tenham medo de amar e manifestar esse amor.

Aos amigos, aos casais de namorados, aos casados, aos irmãos, aos pais e mães, as crianças, ao vovô e vovó, sejam caretas!

Uma florzinha do jardim, quando dada de presente, é muito mais que uma flor, mais que um semióforo, ela carrega consigo um ‘tantinho’ de amor.

Vamos cultivar o amor todos os dias. Esse é o verdadeiro sentido da vida.

* Bruna mELlO é jornalista
bmello.90@gmail.com

A Gazeta do Acre: