O prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) disse que ficou surpreso com as declarações do governador Sebastião Viana (PT), que acusou o peemedebista de “omissão criminosa” no combate à dengue no município. Sales nega ainda que tenha recusado ajuda do Estado, informando que procurou a Sesacre por diversas vezes e encaminhou o pedido de ajuda emergencial ao Governo Federal.
“Mesmo sem profissionais com conhecimento técnico e estrutura adequada, recebemos o programa de combate à dengue do Ministério da Saúde. Assim que repassado, depois de dois meses, foram detectados os primeiros casos de dengue. Levando pela linha política que o governador adotou para tratar o assunto, até parece que foi o PT quem soltou a dengue município”, diz Sales.
Segundo o prefeito, “quando começaram a surgir os primeiros casos, eu montei uma equipe, contratei técnicos especializados na área e começamos uma verdadeira guerra contra a dengue. Recorri à Sesacre e o que eles puderem me oferecer foram dois técnicos para orientar as equipes. A partir daí começamos a trabalhar com as equipe de limpeza, fazendo tudo que o MS orienta”.
“Omissão criminosa é um governador deixar os pacientes do Hospital do Câncer sem medicamentos. Criminoso é um governador que vira as costas para um município num dos momentos mais difíceis, quando quis fechar o hospital dermatológico. Não aceito este tipo de provocação. O govenador tem que respeitar a autonomia do município. Não aceito interferência, principalmente agora depois que controlamos a situação”, ressalta Vagner Sales.
Sales destaca que o governador fez suas declarações omitindo os números reais de Cruzeiro do Sul. Saímos de 2,5 mil casos por semana para 120 casos de suspeita de dengue, não casos comprovados. A dengue em Cruzeiro do Sul está controlada, nós não precisamos de intervenção do governo do Acre. Ele precisa se preocupar com os casos de malária que são bem maiores”, enfatiza Sales.
O peemedebista justifica que o combater à doença vem sendo feito dentro das normas do Ministério da Saúde. “Por mais que tenhamos pedido socorro ao governo, não recebemos nenhum centavo. Apenas dois técnicos e dois carros de fumacê que funcionaram de 30 dias, no ano passado, quando o governador quis tirar proveito político desta doença e culpar a prefeitura”.
Para Vagner Sales, “o governador não agiu como um gestor que representa todos os município, diferente como aconteceu em Rio Branco, quando ele foi para rua e a ajudou o prefeito petista. Mesmo assim, morreram mais pessoas na capital do que no Juruá. As três pessoas que morreram em Cruzeiro do Sul, os óbitos aconteceram numa unidade de saúde do Estado”.
O prefeito assegura que ação mais contundente do governo, em Cruzeiro do Sul, “foi dar atendimento no hospital dermatológico, que é obrigação dele. As pessoas que precisavam de assistência de médica complexidade tinham que procurar o hospital do Estado. O município não tinha apenas um local para tender. Atendemos em todos os postos e criamos dois pontos de referência no bairro do alumínio e na Rua 25”.
Sobre a medicação, Vagner Sales também assegura que “nunca recebemos um litro de soro vindo do Estado. Pelo contrário, às vezes tínhamos que doar soro para o hospital dermatológico. Pedimos socorro ao Governo Federal, solicitamos R$ 2,5 milhões e depois de seis meses, com a pressão de deputados e senadores, conseguimos liberar 200 mil. Este foi o único recurso de outras fontes”.
O prefeito informa do Governo Federal R$ 66 mil por mês. “Não apenas apara o combate à dengue, mas para trabalhar em todos os programas epidemiológicos. Deste valor, o governo ainda exige que a prefeitura repasse a metade para a Sesacre. Como é que um govenador pode dizer que estou agindo politicamente para prejudicar o povo do meu município?”, questiona Vagner Sales.