O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT/AC), em entrevista ao Jornal Brasil Econômico, no último final de semana, voltou a falar sobre a crise política a qual o país enfrenta atualmente.
Segundo o petista, a sigla se expõe politicamente ao repetir as mesmas ações de outras legendas. “O PT se arrisca quando repete na política aquilo que os velhos partidos fazem. O PT tem que se cuidar para não perder a vergonha. A gente tem que reconhecer que o partido se rendeu à zona de conforto de não promover mudanças na política”.
O senador defende que o PT avalie se carrega o atraso com certas alianças ou se está sendo carregado pelo atraso.
“O atual modelo de coalizão está com a validade vencida. O custo da governabilidade é alto demais para quem governa. Por isso que eu penso que temos que reconhecer os erros, sem deixar de enfatizar tudo aquilo de bom que temos feito. Afinal, o PT foi líder desse projeto que mudou o Brasil”.
Jorge Viana destacou, também, os avanços do governo de Dilma Rousseff. Ele frisa que não se enfrenta a crise econômica com recessão.
“A gente tinha que seguir o exemplo dos EUA, que criaram mecanismos inteligentes de retomada de investimentos, de parcerias com o setor privado. A presidenta está fazendo isso, ao anunciar novas concessões, que não são privatizações. Tenho certeza de que a presidenta se sairá muito bem no seu segundo mandato, diferentemente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se saiu muito mal”.
Quanto à oposição, Jorge Viana ressalta que os partidos exigem do governo uma boa atuação, porém, tentam impedir as ações.
“A oposição quer impedir que o governo atue, sem propor nada, além de estar á reboque da imprensa e de outros interesses. A oposição parece não querer que 2014 acabe, mas 2014 acabou em 31 de dezembro”, disse.
Jorge Viana fala, ainda, sobre a parceira entre PT ou PMDB. Ele ressaltou que a coligação é importante. Só que alguns problemas precisam ser resolvidos.
“O PMDB é um bicho de muitas cabeças. É um partido importante. Ninguém governa sem o PMDB. Mas governar com o PMDB é muito difícil (…) Há problemas nas relações PMDB-governo, e há mais problemas entre eles mesmos, do PMDB”, falou o senador.
Em relação ao compromisso do PT de não aceitar financiamento privado, o líder político considera a decisão acertada.
“A gente tem que reconhecer que o PT se rendeu ao financiamento empresarial de campanha e à zona de conforto de não promover mudanças na política. Usamos a política para promover mudanças no país com um alto custo. O PT precisa sempre se perguntar se nós estamos carregando o atraso com certas alianças, ou se é o atraso que está nos carregando”, afirmou.
No que diz respeito a uma nova candidatura, ele diz que não será candidato novamente. “Não sei se serei candidato de novo algum dia. Se for, em respeito à história do PT, estabelecerei minhas regras, com ou sem reforma política. Uma delas é só aceitar recursos individuais do cidadão”.