Um orgulho para o Acre: o jovem, de 14 anos, escritor e fundador da Academia Juvenil Acreana de Letras (Ajal), Jackson Viana, é o segundo colocado no I Concurso Nacional de Contos e Poemas Prêmio Flor do Ipê, na categoria poema.
A premiação foi informada pela Universidade Federal de Goiás na quarta-feira, 24. Para Jackson, a classificação é mais que uma conquista: “É uma forma de incentivar outros jovens a iniciarem essa paixão pela literatura”.
A inscrição do soneto foi feita pelo autor em janeiro deste ano. Com o prêmio, os direitos autorais do poema ficarão cedidos para a universidade. Além de medalha e certificado, Jackson ainda receberá 20 exemplares da antologia da instituição, que fará a publicação com todos os poemas dos vencedores.
Ele, que cursa o ensino médio, também foi premiado em 1° lugar no Acre, no 43° Concurso de Redação de Cartas dos Correios, em 2014. “A importância é imaterial, vai além de uma medalha ou um certificado, é o valor do reconhecimento para o Estado para que a cultura e a literatura continuem sendo mais valorizadas”, completa. (Rayele Oliveira / Agência Acre)
JOGUEI PRO ALTO DORES PRESCINDÍVEIS
Joguei pro alto dores prescindíveis,
Deixei reinar a minha voz, meu grito…
Desprenderei-me deste forte rito,
Pois me rodeiam corpos invisíveis.
Resta-me ainda aquela fria cama,
Que vira leito meu, em meu martírio
Que vira alento, mesmo em delírio,
E vira cobertor de quem me ama.
Nada passou! Restaram tantos pesos…
E acertam hoje a estes pés ilesos
As mesmas flechas vis, irreprimíveis…
Também se vão os que tomam espaços,
Como um dia, junto aos meus pedaços,
Joguei pro alto dores prescindíveis.