A energia elétrica é considerada um bem essencial e está inserida em, praticamente, todos os bens e serviços utilizados pelos seres humanos. É essencial para o comércio, para a indústria, para o lazer, enfim, para toda atividade econômica. Dada esta sua essencialidade, deveria ser acessível a todos, visto que seu custo está embutido em tudo que usamos na vida.
Fato é que o custo de produção da energia elétrica é elevado, e isto vai desde a concepção do parque gerador à manutenção da sua estrutura e distribuição. Porém, nada justifica o preço cobrado sob o manto do federal atualmente.
Como se não bastasse, o governo institucionaliza uma modalidade nova: as bandeiras vermelha, branca e amarela, que devem os altos custos da geração e distribuição de energia.
É evidente que os consumidores permanecerão eternamente na bandeira vermelha. Ela foi fincada em nossa conta de energia, e só Deus sabe se sairá. O mais estranho é que, quanto maior o esforço que fazemos para reduzir o consumo, mais alto vem a conta. E tem mais: a partir do mês de junho, além do bandeiraço, será cobrada a quantia de R$ 5,50 a cada 100kw horas consumidos.
No dia que houver uma pressão para eliminar este procedimento, o Governo Federal vai buscar uma forma de incorporar no preço esta arrecadação, já que a essência da medida é arrecadatória. Quem não se lembra da CPMF que era para ser provisória e quase fica permanente, não fosse uma manobra do congresso nacional, sob pressão das entidades não governamentais federais? Quem não se lembra da cobrança da multa do FGTS, que foi criada, em caráter provisório, para cobrir rombo deixado por planos falidos do Governo Federal e hoje, já se tornou definitiva?
A sociedade já tem noção em relação ao alto preço cobrado na energia elétrica, principalmente no que diz respeito que não é exclusivamente por conta da produção e distribuição, mas, principalmente, fruto de uma má gestão dos recursos do setor, do desvio de finalidade de suas atividades e da imensa corrupção que reina no Brasil.
A mídia nacional já tem veiculado que o problema de má gestão no setor elétrico no Brasil, aquele que pode ser maior do que o ocorrido com a nossa Petrobrás. Não.
Embora já em vigor a metodologia de aumento de preços com o BANDEIRAÇO nas contas de energia, a Fecomércio do Acre, em nome da classe empresarial do Estado, repudia quaisquer tipos de aumentos de preços escorchantes em serviços, que tanto o consumidor pessoa física ou jurídica não pode deixar de usar, por ser essencial.
Hoje, a energia elétrica já tem um peso importante na composição dos custos de bens e serviços. Todos são afetados: escolas, hospitais, comércio em geral, indústria, etc.
Mas, além do valor exorbitante cobrado, os serviços prestados pelas distribuidoras são de péssima qualidade. As redes de distribuição são velhas, obsoletas, com perdas de energia para a distribuidora e para o consumidor, más nós pagamos! As leituras de consumo são precárias e sempre em desfavor do consumidor e não adianta reclamar: o consumidor está sempre errado.
Por fim, só teremos preços justos e serviços compatíveis, quando passar a reinar a ética em nosso país, quando as instituições públicas forem dirigidas por brasileiros honrados e competentes, que os interesses coletivos se sobreponham aos interesses individuais, que os gestores públicos trabalhem para criar uma sociedade ética, humana e civilizada aí sim, poderemos sonhar e não termos tantas preocupações com o futuro de nossos filhos.
* Leandro Domingos – Presidente da Fecomercio/AC