Um grupo de pesquisa com nove professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) vem pesquisando desde 2006 plantas com capacidade de cura, popularmente conhecidas como plantas medicinais. Mais de 200 plantas já foram estudadas, entre elas estão plantas populares da região Norte como, copaíba, capim santo, crajiru, andiroba, açaí, buriti, entre outras.
Segundo o professor da Ufac e engenheiro químico, Fernando Escócio, o principal objetivo do grupo é identificar plantas com atividades biológicas para combater doenças. “Principalmente o câncer e leishmaniose. E que sejam também bactericidas, fungicidas e possam ser utilizadas como alimentos e também na medicina veterinária”, explicou.
O foco principal do estudo é o tratamento de tumores cancerígenos, principalmente de pele e boca. “Hoje existe a terapia fotodinâmica, que possuem os fotos sensibilizadores, eles ajudam na cicatrização, na queima do câncer de pele. Hoje nós pesquisamos esses fotos sensibilizadores das plantas medicinais da Amazônia e do Acre”, disse o professor.
Ainda segundo o professor Escócio, algumas constatações de combate às células cancerígenas foram identificadas. “Nós já depositamos duas patentes com essas plantas, com esses fotos sensibilizadores”, contou.
No ano de 2014 foram investidos mais de R$ 7 milhões com a aquisição de novos equipamentos, recuperação de laboratórios e também na construção de novos espaços para o desenvolvimento da pesquisa e extensão do campus de Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
Por fim, o professor destacou a dificuldade de encontrar empresas interessadas em transformar a pesquisa em remédios. “Não é fácil fazer um remédio. Tem a fase pré-clínica, é preciso testar em animais. Depois tem as fases clínicas, são fases clínicas e caras. O Brasil está muito aquém de outros países, por conta da burocracia”, finalizou.