As hepatites de forma geral são responsáveis por todos os casos de pacientes que precisam realizar um transplante de fígado no Acre. Na tentativa de descobrir a doença, ainda na fase inicial, o que oferece maior percentual de cura, uma ação fruto da parceria entre Prefeitura de Rio Branco e a Associação dos Portadores de Hepatites do Acre (Aphac) foi realizada na unidade de Saúde da Família Maria da Conceição, no bairro Belo Jardim.
Considerado pelo Ministério da Saúde um grave problema de saúde pública, a hepatite é uma inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Na unidade de saúde em Rio Branco foram realizados testes rápidos e vacinação contra hepatite A e B. As doenças hepáticas são responsáveis pela fila de transplante que hoje possui 100 pessoas no Acre.
A hepatite é uma doença silenciosa que nem sempre apresentam os sintomas predominantes, como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Vale ressaltar que o poder público oferece vacina contra as hepatites A e B. A primeira para crianças entre 1 e 2 anos de idade e a segunda, em três doses, para quem tem até 49 anos. As duas vacinas podem ser tomadas durante todo o ano nos postos de vacinação do Sistema Único de Saúde.
Sem o teste, a pessoa que tem o vírus só vai sentir sintomas quando a doença estiver em estágio muito avançado. A transmissão da hepatite C, causado pelo vírus HCV, se dá pelo sangue contaminado, por relação sexual, pode passar de mãe para filho e em ambiente hospitalar. O Ministério da Saúde lançou ontem um novo protocolo para o tratamento da doença com 90% de cura.
A estimativa é que 1,4 milhão de pessoas tenham a doença no Brasil, mas apenas 120 mil são confirmados e 100 mil estão em tratamento, pois nem todos têm esta recomendação. Todos os anos surgem aproximadamente 10 mil novos casos e 3 mil mortes associadas à hepatite C no país.
No Acre, atualmente, estima-se que de 5 a 10% da população tenha o vírus sem desenvolver sintoma. Isso corresponde a 40 ou 80 mil pessoas desenvolvendo a doença.
Ministério da Saúde já adquiriu novos medicamentos para tratamento
As novas medicações vão beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante e pacientes com má resposta à terapia com Interferon, ou que não se curaram com tratamento anterior. A meta é ampliar a assistência às hepatites virais, minimizando as restrições impostas pelo tratamento anterior. A nova terapia garante ao paciente mais conforto e qualidade.
Pacientes que venham a solicitar, ou que já estejam em tratamento com Boceprevir e Telaprevir, não serão prejudicados, uma vez que o fornecimento desta medicação será assegurado até o final do tratamento. O documento também padroniza uma rotina de exames e de consultas médicas, permitindo maior conhecimento por parte dos profissionais de saúde, do agravo e da assistência necessária aos pacientes.
Para a compra dos medicamentos, apenas neste ano, a previsão é de que sejam investidos até R$ 500 milhões. O Ministério da Saúde conseguiu negociar os preços dos medicamentos com as indústrias farmacêuticas, com descontos de mais de 90% em relação aos preços de mercado. Além do novo tratamento, o Protocolo apresenta também as novas diretrizes para o monitoramento da hepatite C. O Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento a incorporar esse novo tratamento.