Durante uma semana, a missão realizada pelo governo do Estado a Milão (Itália) e Israel, que teve a participação de empresários e instituições, foi acima de tudo um grande aprendizado e uma oportunidade para prospectar novas parcerias.
O governador Tião Viana, que coordenou o grupo, cumpriu uma agenda institucional e empresarial, com o objetivo de apresentar as cadeias produtivas do estado como o peixe, o açaí, o extrativismo da castanha e da borracha, madeira e outros setores da economia.
Os representantes dos setores da indústria e da agropecuária apresentaram uma mostra do que estão produzindo, com aposta no arrojo da piscicultura, mostrando que projetos dessas cadeias são viáveis para combater e reduzir o desmatamento, acreditando em uma política de desenvolvimento que busca cada vez mais a tecnologia e inovação aplicadas na sustentabilidade.
“A missão foi totalmente proveitosa em contatos e experiências. Em Milão o governador conseguiu mostrar o que o Acre pode fazer e vem realizando, aliando o desenvolvimento à sustentabilidade, mas também o que as pessoas podem fazer pelo Acre e pela Amazônia. Em Israel foi um sucesso imenso ver de perto o quanto um país com todas suas adversidades pode ir tão longe. Com tecnologia podemos dar um salto significativo na nossa produção, e essa é a proposta do governador, que o Estado ouse mais”, comentou Jurilande Aragão, presidente do Conselho do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Acre), que esteve na comitiva junto ao superintendente Mâncio Cordeiro.
E a palavra tecnologia é o que realmente norteou essa missão, principalmente na agenda de Israel. “Israel é um país pequeno, de gente trabalhadora e que produz muito. E nosso estado tem muitas potencialidades, isso mostra que temos que ter essa ousadia, sim, buscar novas tecnologias para avançarmos ainda mais”, disse o empresário José Carlos Bronca.
Entre as visitas realizadas, o grupo esteve em kibutz (pequenas propriedades com grande produção), laboratórios de piscicultura, associação de agrotecnologia e fábrica de ração para aves, gado de corte e outros.
Segundo o empresário e representante da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) José Luiz Felicio, a agenda foi totalmente otimizada diante de cada tempo proposto. “Foi uma oportunidade de desdobrar outro mercado, tanto para termos outras empresas em nosso Estado quanto para vendermos nossos produtos. Mas a grande importância disso tudo foi conhecer novos modelos que utilizam tecnologias modernas para rendimentos melhores”, comentou.
Pequeno, mas grande produtor – Ser pequeno não significa produzir pouco, isso ficou claro para o grupo de empresários na agenda em Israel, que ficaram surpresos com o potencial do país. “Tivemos uma lição de como produzir com pouco. A força do trabalho pela produção em escala. Em Milão, vimos como o Brasil está bem e é respeitado, e que podemos com ousadia avançar. Hoje como produtores, percebemos que o Brasil, com suas riquezas, com dimensões continentais, tem muito a ganhar se colocarmos a força de trabalho alinhada à tecnologia. Teremos toda a oportunidade de ser o grande celeiro o mundo”, disse o empresário Ricardo Leite.
“Conhecemos o que de mais moderno há em tecnologia em Israel. Se usarmos essa experiência teremos muito a acrescentar ao nosso estado, respeitando o desenvolvimento com sustentabilidade”, ressaltou José Marcos Leite Junior.
A missão ressaltou para todos os caminhos que o Acre tem buscado, tendo como grande exemplo o Complexo de Piscicultura e o projeto na área, que envolve um empreendimento público-privado-comunitário e inclui os pequenos e médios produtores. Agora os empresários também conseguem visualizar outra aposta do governador Tião Viana, que é buscar um grande investimento de laticínio em Brasileia.
Agora é apostar no futuro
O superintendente do Sebrae Acre, Mâncio Lima Cordeiro, ressaltou que agora o objetivo é se espelhar na produtividade israelense para focar no aumento da produção acreana. “Foi uma missão importante e intensa. Todos os contatos feitos são muito promissores e podem sim ajudar o Acre. Quando um grupo de empresários vê projetos dando certo em outro lugar, eles querem trazer isso para o Acre também”, disse.
Para um dos mais tradicionais piscicultores do Acre, o empresário Edilberto Moraes, o Betão, que também acompanhou a comitiva, o que foi visto em Israel foi realmente impressionante. “A experiência abre muitos horizontes para gente. Conhecemos tecnologias novas e temos a oportunidade de aplicar aqui no Acre. Ficamos muito surpresos em ver o que eles são capazes de fazer naquele país, resultando numa piscicultura tão produtiva”, explica o empresário.
Com o Acre possuindo um dos mais completos complexos de piscicultura do Brasil, e apostando imensamente nesse projeto, para um dos coordenadores da Peixes da Amazônia S.A., Fábio Vaz, novos horizonte se abrem: “Essa foi uma visita extremamente importante porque reafirmou nossa decisão frente a investir na piscicultura e sinalizou que temos parcerias para aumentar nossa produtividade a partir do que vimos em Israel. Vamos aderir a novas tecnologias, principalmente para expandir o trabalho do pequeno produtor”. (Andréa Zílio / Agência Acre)