Em visita rotineira ao abrigo dos imigrantes em Rio Branco, a equipe da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), observou que os imigrantes que estão entrando no país através do Acre estão preocupados com a atual situação financeira do Brasil. A oferta de vagas no mercado de trabalho está pequena para os brasileiros, inclusive para os imigrantes.
Hoje, cerca de 40 estrangeiros entre senegaleses e haitianos chegam ao estado. O abrigo dos Imigrantes e Refugiados de Rio Branco, conta com aproximadamente 250 estrangeiros. Com capacidade para 400 pessoas, a atual situação do abrigo é “tranquila” segundo a Sejudh.
Há 20 dias, o convênio de transporte via ônibus que transportava os imigrantes encerrou. O último convênio assinado em junho deste ano, entre o Ministério da Justiça e a Secretaria de Desenvolvimento Social foi no valor de R$ 2 milhões. De acordo com a assessoria da Sejudh, as negociações para um novo convênio já estão em andamento. “Por enquanto eles estão indo por conta própria. Muitos estão juntando um grupo grande para seguir viagem”, afirmou.
Em uma conversa com a equipe da Sejudh, os imigrantes, senegaleses e haitianos, disseram estar decepcionados com a situação econômica do país. “Muitos estão preocupados. A maioria gasta todo o dinheiro para chegar até aqui”, contou. Aos poucos, o sonho de uma nova vida vai se desfazendo.
O “boom” de imigrantes, principalmente de haitianos para o Brasil, começou a partir de janeiro de 2010. Após um forte terremoto que devastou parte do Haiti, milhares de haitianos procuraram refúgio no país, tendo o Acre como principal porta de entrada. De acordo com dados do governo do Acre, entre 2010 e maio de 2015, mais de 38 mil imigrantes entraram no Brasil.
Para chegar até o Acre por terra, os estrangeiros vão até a cidade peruana de Tumbes, passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com o município de Assis Brasil, por onde entram no país através de Brasiléia.