Há exatamente 2 anos e 8 meses à frente da Prefeitura de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT) destaca que, de todas as ações já realizadas, a principal delas é a proximidade com a população. Ele frisa que para representar verdadeiramente o povo é preciso estar perto e ouvir os anseios da sociedade.
“A grande obra nossa é o fato de estarmos perto da população, ouvindo seus anseios, dialogando e estreitando relações. Por isso que nosso slogan é Com você no Dia a Dia”.
Diante das dificuldades enfrentadas ao longo do ano, Marcus Alexandre avalia que a prefeitura vem realizando um bom trabalho. “Mesmo diante de todas as situações delicadas, a prefeitura tem hoje parte das ações do plano de governo cumpridas ou em fase de execução”.
Questionado quanto ao debate em torno da eleição do próximo ano, o prefeito é categórico ao afirmar que o momento é de trabalhar para o desenvolvimento do município. Segundo ele, a discussão em torno do assunto só será realizada em 2016.
“Ainda estamos tentando nos recuperar de uma alagação histórica. Creio não ser este o momento de colocar eleições como assunto principal. Debate sobre eleição municipal apenas no ano que vem”, reforçou.
A GAZETA – Qual avaliação o senhor faz desses 2 anos e 8 meses à frente da Prefeitura de Rio Branco?
Marcus Alexandre – Positiva. O maior compromisso que nós temos com a população é o nosso plano de governo. Mesmo diante das dificuldades que enfrentamos ao longo do ano, a prefeitura tem hoje parte das ações do plano de governo, cumpridas ou em fase de execução. Vamos trabalhar até o último dia do mandato para cumprir todos os nossos compromissos com a população.
A GAZETA – O que o senhor classifica como maior dificuldade em sua gestão?
M. A. – Sem sombra de dúvidas, de todas as áreas, a que apresenta maior dificuldade é a do transporte público, pois nem tudo que se trata nesta pasta depende da prefeitura. Levando em consideração que temos um sistema de transporte cuja legislação é antiga, já se percebe que as dificuldades são muitas, haja vista que a matriz de financiamento do transporte não mudou. Hoje, quem mantém o sistema de transporte é quem paga a tarifa. O subsídio que existe é dado pelas prefeituras, que são os entes da federação com a menor receita. Somente com a carga dos municípios fica difícil trabalhar.
A GAZETA – Como a prefeitura tem trabalhado para melhorar o Transporte Coletivo na Capital?
M. A. – Temos feito um esforço grande para avançar nesta pasta. Construímos o terminal da Ceasa e Ufac com o objetivo de melhorar o sistema, tornando-o mais inteligente. Implantamos um sistema de monitoramento no Terminal com o Centro de Operações. Conseguimos manter a passagem de ônibus dos estudantes em R$1,00, que foi inovador em todo o país. Estamos construindo dois novos Terminais, no bairro São Francisco e Adalberto Sena. Enfim, temos feito o máximo possível para oferecer o que a população realmente merece.
A GAZETA – Os vereadores querem retirar a isenção do ISS das empresas de ônibus, com a justificativa de não estarem cumprindo o acordo. Como a prefeitura tem participado desse debate?
M. A. – Olha, em momento nenhum a prefeitura foi chamada para prestar esclarecimentos acerca deste assunto. A lei que foi aprovada estabelece um prazo para que as empresas cumpram a questão da entrega de novos ônibus e também a renovação das frotas. As empresas estão cumprindo o acordo dentro do prazo estabelecido. Elas não são obrigadas a fazer antes do prazo determinado. Inclusive, a própria Câmara dos Vereadores tem noção disso.
A GAZETA – Um dos questionamentos diz respeito à bilhetagem eletrônica e a possibilidade de demissões. Como a prefeitura pretende resolver essa questão:
M. A. – Existe um esforço nosso, junto com o Sindcol, de equilibrar o sistema. Uma das maneiras de fazê-lo é tornando-o eficiente, ou seja, falamos de menos despesas e mais resultados. Conversamos com o Sindicato dos Trabalhadores e garantimos que não haverá nenhuma demissão. É importante não termos circulação financeira dentro dos ônibus para evitar fatalidades como a que aconteceu no ano passado quando um motorista foi assassinado durante um assalto. Na maioria das capitais temos 90% dos ônibus com a bilhetagem eletrônica. Creio que essa seja uma forma viável para nossa capital também.
A GAZETA – O que o senhor destacaria na área de Saúde?
M. A. – Desde que assumi a prefeitura de Rio Branco, já entregamos 16 unidades de Saúde. Vamos entregar mais dez, a maior delas, o Barral y Barral. Um ponto que tivemos um avanço foi na questão da regulamentação. Hoje temos um sistema que se integra ao sistema do Estado na questão de consultas, exames e outros procedimentos. Claro que ainda precisamos avançar, mas muita coisa vem sendo feita.
A GAZETA – A parceria entre o governo e município foi fundamental para os avanços nesta pasta?
M. A. – Com certeza. Logo que assumi, tive uma reunião com o governador e fizemos um diagnostico dessa área. Fizemos uma parceira em janeiro de 2013 e desde esse momento o governo tem nos apoiado em diversas ações. Por exemplo, houve um tempo em que nos finais de semana a Upas estavam ficando com uma demanda muito grande. Para resolver essa questão a prefeitura, em parceria com o governo, passou a abrir unidades de saúde aos sábados. Com isso, conseguimos melhorar os atendimentos da Upas.
A GAZETA – Infraestrutura?
M. A. – Atualmente, temos obras em 54 bairros na Capital. Uma parte obras é referente ao Depasa. Nosso desafio maior é duplicação de sete avenidas, que juntas somam investimentos de mais de R$ 60 milhões.
A GAZETA – A prefeitura tem dado uma atenção especial à área dos esportes. Fale sobre este trabalho.
M. A. – Quando assumi, um dos meus pensamentos era que deveríamos avançar nos esportes, pois é uma grande política social. Por isso criamos a Secretaria Municipal dos Esportes. Um dos nossos maiores destaques é a realização do Copão Comunitário, que reúne 132 equipes. Temos um calendário esportivo que desde janeiro vêm sendo executado com competições de vôlei, basquete, futebol de salão feminino e masculino, artes marciais. Enfim, enxergo e defendo que todo gestor deve apoiar ações no esporte como forma de inclusão social.
A GAZETA – Qual o principal projeto de sua gestão?
M.A. – Temos grandes investimentos acontecendo na cidade. Posso citar as duplicações, a construção do Shopping Popular, o novo Barral y Barral, as creches. Mas, acho que para uma prefeitura que trabalhar para o cidadão no dia a dia, o que o povo precisa não é uma grande obra, mas sim o funcionamento da prefeitura. A grande obra nossa é o fato de estarmos perto da população, ouvindo seus anseios, dialogando e estreitando relações. Por isso que nosso slogan é “Com você no Dia a Dia”.
A GAZETA – A prefeitura está preparada para enfrentar uma nova alagação na mesma proporção da deste ano?
M. A. – Espero que não tenhamos outra experiência como essa. Mas, caso aconteça, já estamos nos preparando. Nosso plano de contingência tinha como cota máxima 17, 66m, agora é de 18,40m. Tivemos que ampliar nosso plano. O que nos preocupa muito é o pós-enchente. Este ano, por exemplo, tivemos que recuperar 900 ruas em 53 bairros. E o serviço ainda não acabou. A ajuda do governo estadual e federal é de extrema importância para superar essa situação.
A GAZETA – E quanto às eleições de 2016?
M. A. – Quanto a isso, tenho pedido para as pessoas, principalmente os partidos, que deixem a discussão para o ano que vem. Vivemos no momento uma crise política nacional sem precedentes e uma grave crise financeira. Ainda estamos tentando nos recuperar de uma alagação histórica. Creio não ser este o momento de colocar eleições como assunto principal. Na minha agenda, o assunto principal é trabalhar muito para cumprir o plano de governo. Debate sobre eleição municipal apenas no ano que vem.
A GAZETA – Alguns partidos da FPA alegam que estão sendo excluídos do debate em torno da escolha do vice na sua chapa à reeleição. Teremos uma chapa ‘puro sangue’?
M. A. – Aprendi que a melhor maneira de trabalhar, seja em que área for, tem que ser com a verdade. Não estamos debatendo quem será escolhido para ser vice, muito menos essa questão de uma chapa apenas do PT. Já me reuni com os partidos que compõem a os informei que não tem nenhum debate em torno deste assunto. Repito, não acho que é o momento. Tenham certeza que isso será feito no âmbito da FPA e na hora certa. Qualquer receita pronta em um cenário com mais de ano para a realização da eleição é imprudente. Tem muita água para rolar e muito trabalho para fazer.
A GAZETA – Em termo de gestão, qual a sua expectativa para o final de 2016?
M. A. – O ano de 2016 é importante porque é quando iremos consolidar as diversas ações que estão sendo executadas pela prefeitura de Rio Branco. Daremos sequência à agenda de compromissos com a população, na qual firmamos durante o período de campanha. Minha prioridade é continuar trabalhando em favor do crescimento da capital acreana. Por se tratar de um ano eleitoral, enfrentaremos um período de restrições, porém, vamos continuar trabalhando.