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“Todo político deveria passar pela Câmara Municipal, pois é uma escola muito importante”, declara Forneck

O líder da prefeitura na Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Gabriel Forneck (PT) conversou com a equipe do jornal A GAZETA. Na ocasião, o parlamentar fez uma avaliação de mandato.

Ele falou também a respeito de seus projetos apresentados no parlamento municipal. Quanto à aprovação da proposta que regulamenta a profissão de moto frete e motoboy, o vereador disse que a matéria “teve como objetivo regularizar aqueles clandestinos que ainda trabalhavam de forma irregular”.

Ao avaliar a gestão de Marcus Alexandre, Forneck destacou que já se firmou como uma grande liderança política, reconhecido não só pelos companheiros de partido, mas também por líderes oposicionistas.

Questionado quanto à possibilidade de sair como vice na chapa à reeleição do prefeito, ele afirmou que o debate dentro do partido ainda não começou. O parlamentar ressaltou que o foco atual é construir a chapa de vereadores que irão concorrer nas próximas eleições.

A GAZETA – Qual avaliação o senhor faz do seu mandato nesta legislatura?
Gabriel Forneck – Avalio de forma positiva. Estou no meu segundo mandato, portanto, são quase oito anos exercendo como vereador. Quando comecei meu primeiro mandato tinha apenas 23 anos e, ao longo desses anos todos, tenho acumulado muita experiência e muitas funções. Iniciei apenas como vereador pelo PT, depois assumi a liderança da prefeitura, na gestão do Raimundo Angelim, e hoje estou exercendo essa função na gestão do prefeito Marcus Alexandre.

A GAZETA – Qual o maior aprendizado ao longo desses quase oito anos de mandato?
G. F. – Aprendi muitas coisas. Costumo dizer que todo político deveria passar pela Câmara Municipal. É uma escola muito importante. É o para-choque da política. Na Câmara descobri que existem dois tipos de político. Tem aquele que só quer aparecer para a sociedade e tem os que realmente ouvem a população e que buscam atender suas demandas. Eu, graças a Deus, escolhi o lado que trabalha pelo povo. Discuto muitos projetos, sempre pensando no melhor para a cidade, mesmo que para isso tenha que comprar briga com alguma categoria.

A GAZETA – Como a população tem participado do seu mandato?
G. F. – Eu tento ao máximo que minha equipe não fique mais na rua do que no gabinete, pois sei que, dessa forma, poderemos estar mais perto do povo e, consequentemente, iremos ouvi-los. Uma coisa que evito no meu mandato é fazer Indicações, pois, enxergo que isso acaba tirando um pouco a responsabilidade do vereador e acaba jogando no colo do prefeito. Tento sempre fazer um diálogo direto com os secretários, com o prefeito, tenho fóruns de debates, enfim, sempre tento estar conversando com a população. É um mandato muito participativo.

A GAZETA – Como líder do prefeito, o senhor tem atuado de forma muita tranquila. É uma estratégia para evitar um possível desgaste político?
G. F. – Quebramos um tabu. Nunca um líder conseguiu se reeleger. O meu estilo sempre foi tentar apaziguar. Não faz meu estilo sair gritando pela tribuna. O diálogo com a oposição é importante. Sempre busquei trabalhar através do diálogo, levando as informações quando necessárias. E o resultado dessa postura tem sido muito bom, pois, temos conseguido manter um debate saudável com a oposição.

A GAZETA – Os vereadores aprovaram a regulamentação da profissão de motoboy e moto frete. O senhor teve uma grande participação nesse debate. Satisfeito com o resultado?
G. F. – Embora seja um projeto do Executivo, estive muito presente em todo o processo acerca do assunto. Quando o prefeito Angelim assumiu o mandato, nós tínhamos uma situação muito complicada em Rio Branco. Muitos conflitos entre os clandestinos e os legalizados. Naquela época, eu e mais dois colegas de parlamento compramos essa briga. Nosso foco foi disponibilizar mais vagas a esses profissionais. Avançamos muito nesse debate ao longo dos anos. A regulamentação dessas profissões teve como objetivo regularizar aqueles clandestinos que ainda trabalhavam de forma irregular.

A GAZETA – O senhor tem desenvolvido um trabalho bem positivo na área de transporte público. Fale um pouco sobre seus projetos.
G. F. – A passagem para estudante no valor de R$ 1,00 surgiu a partir de uma ideia minha e, em conversa com o vereador Roger, nós aperfeiçoamos o pensamento. Ao apresentarmos ao Marcus Alexandre, ele logo se prontificou em colocar em seu plano de governo. Lutamos para permitir que a carteira de passe sirva também de meia-entrada nos eventos de cultura, esporte e lazer. Tem o projeto que regulamenta o vale troco nos transportes públicos. Tenho buscado apresentar projetos que tragam benefício para a comunidade.

A GAZETA – Como está o debate acerca da possibilidade de retirar a isenção do ISS das empresas de transporte público?
G. F. – Primeiro gostaria de esclarecer que a Câmara não deu um benefício para as empresas de transporte público. Nós buscamos uma forma de diminuir a tarifa e, após analisar atentamente a matéria, vimos que só podíamos mexer no ISS e outorga. Para que o aumento não fosse maior, o prefeito mexeu naquilo que poderia. Algumas exigências foram feitas. O que não se pode esquecer é que existe um prazo para que as empresa possam melhorar na infraestrutura oferecida à população, que é até 31 de dezembro deste ano. No caso do não cumprimento do que foi acordado, a prefeitura estará cobrando o imposto de forma integral.

A GAZETA – O senhor já se declarou a favor da implementação de 100% da bilhetagem eletrônica?
G. F. – Sim. Acredito que essa é uma forma de preservar a vida daqueles profissionais, haja vista que quanto menos circulação de dinheiro nos ônibus, menos serão as chances de assaltos. A Rbtrans já liberou a fase do teste que consiste em deixar apenas o motorista circulando, em determinadas linhas e horários. O cobrador não será demitido, ao contrário, ele será mudado apenas de função. Passará a ser o novo vendedor externo de bilhetes. Tudo que puder ser feito para diminuir os gastos nas empresas e manter um valor da tarifa mais acessível à população, será feito.

A GAZETA – O senhor é um parlamentar jovem. Como tem acompanhado a inserção da juventude acrea-na na política?
G. F. – Existe uma campanha aí de dizer que os políticos não prestam, mas na verdade existem bons políticos. Eu, por exemplo, faço parte do movimento estudantil desde os meus 14 anos de idade. O PT tem se preocupado muito com isso. Temos trabalhado muito o pacto de gerações. Quando você olha para os outros partidos, principalmente de oposição, a gente vê as velhas raposas ocupando cargos e direções partidárias e não se preocupa em pensar novos nomes para a política. Já o PT tem feito isso. Temos vários nomes. O Léo de Brito, o Rodrigo Forneck, o Rodrigo Damasceno, Daniel Zen, André Kamai e tantos outros que estão ocupando espaços importantes e debatendo sobre uma boa política. Temos feito um trabalho nas escolas, nas universidades falando sobre política e temos uma militância jovem muito grande dentro do PT.

A GAZETA – Qual avaliação o senhor faz da gestão do prefeito Marcus Alexandre?
G. F. – Essa gestão surpreende o Partido dos Trabalhadores, a FPA, a oposição e a própria sociedade. O Marcus tem uma visão de gestão muito forte. Por ser engenheiro, ele entende muito bem das obras e isso acaba tendo um resultado muito positivo. Ele tem um domínio total da gestão. Muito presente na comunidade, sempre conversando com a população e trazendo uma resposta aos anseios da comunidade.  O diálogo é marca registrada do prefeito.

A GAZETA – Existe a possibilidade de o senhor sair como vice na chapa à reeleição do prefeito Marcus Alexandre?
G. F. – Ainda não iniciamos esse debate dentro do partido. Existe um debate que a FPA tem colocado. Fico feliz quando vejo meu nome colocado em questão, porém, tenho trabalhado outros assuntos. Estamos construindo a chapa do PT em nível de vereadores para as eleições municipais de 2016. Se me escolherem para esta função, a exercerei com excelência, mas, se não, ainda assim, trabalharei para reconduzir o Marcus Alexandre à prefeitura da Capital.

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