Há 18 anos trabalhando como professora, Edilene de Souza, de 47 anos, escolheu educar ainda na infância. “Quando eu brincava de casinha, eu sempre era a mãe ou a professora. Eu assistia às aulas e tinha a certeza de que era aquilo que eu queria para minha vida. Quando nós somos crianças, os professores são referência”, contou.
Para a professora, o papel do educador é colaborar com a educação que as crianças recebem em casa. Porém, ela revela que em diversas situações o professor também faz o papel dos pais. “Era para ser uma educação continuada a que se tem em casa. Quando você trabalha com crianças e observa atitudes negativas ou positivas e, depois conhece os pais, logo você consegue perceber o porquê daquelas atitudes”, disse Souza.
“Eu não vejo pontos negativos na minha profissão. Afinal, foi uma escolha minha. Sou professora porque eu quis ser professora”, afirmou Edilene. Ela diz que o momento mais gratificante durante o processo de ensino é poder ver a evolução das crianças. “Eu trabalho com o primeiro ano, e quando eu vejo o avanço da criança é gratificante. Minhas crianças são avaliadas todos os dias!”
Durante 18 anos de profissão, Edilene revela que em nenhum momento se arrependeu de escolher educar. Ela conta, em tom de brincadeira, que sempre zomba das filhas, que sua profissão permite férias duas vezes, no meio e o recesso do final do ano. “Eu sempre brinco com elas: Eu fiz pedagogia, posso viajar em julho”, expôs.
Professora do primeiro ano do ensino fundamental, na Escola Luiz de Carvalho Fontenele, Edilene lembra uma situação que marcou sua história na educação de crianças. A professora recorda que um aluno de uma de suas turmas não tinha conseguido acompanhar a turma na base alfabética.
“Todos já estavam lendo e escrevendo, cada um no seu nível. A alfabetização em si vem com o tempo. Esse garoto era aquela criança que passava a aula inteira com o lápis na boca. Pra mim, ele nunca estava prestando atenção em nada. Fiz uma sondagem com ele e ele não estava alfabético. Isso foi em uma sexta-feira. Quando foi na segunda-feira, o menino escreveu alfabeticamente para mim. Eu sempre digo: basta um estalo na mente da criança que ela pode se interessar e aprender”, descreveu a professora.
Situações de interromper o acompanhamento da base educacional da criança são comuns. A rotatividade de escola é grande, mas Edilene garante que sempre continua acompanhando a vida escolar da criança, através de contato com os pais: “Estamos sempre em contato com os pais, tentando fazer o melhor para a criança. Eu indico leituras, vídeos educacionais, acompanhamento com psicólogos”.
Por fim, a professora destacou que o ensino na atual escola que trabalha é um dos melhores do Estado. Em 2014, a Escola Luiz de Carvalho Fontenele foi a primeira colocada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Aqui a educação é ótima! Eu amo minha profissão”, concluiu emocionada.
“Eu tenho os melhores professores”, diz diretora
Diretora há três anos da Escola, Sueli Soares, de 53 anos, afirma ter os melhores professores na escola que administra. “Nós estamos em primeiro lugar. E todo o trabalho é feito por eles. Nós apenas auxiliamos! Quem faz o trabalho acontecer é o professor na sala de aula”, pontuou.
Ela revela que na escola todos trabalham como educadores desde o porteiro até o diretor, porém, ela destaca que os professores são os corresponsáveis pela educação de qualidade.
Ela revela que hoje, quinta-feira, 15, uma festa em homenagem aos professores será realizada e que os pais dos alunos também vão participar. “Vai ser uma forma de homenageá-los. Vamos fazer um lanche compartilhado com funcionários, pais e alunos. É o momento deles”, falou a diretora.
Dia do Professor
Hoje, 15 de outubro, é comemorado Dia do Professor. Sua origem se deve ao fato de, nessa mesma data, em 1987, o Imperador D. Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a criação de escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores.
Em 1947, o professor paulista Salomão Becker, com ajuda de alguns amigos também professores, tiveram a ideia de criar nessa data um dia de confraternização em homenagem aos professores. Essa seria também a oportunidade de realizar uma pausa no segundo semestre, muito sobrecarregado.
Contudo, somente em 1963, a data foi oficializada pela Lei Decreto federal 52.682, Art. 3º, que diz “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”.