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A história do seu Paraguaçu

Filho com a foto do pai. (Foto: Reprodução)

O senhor Francisco Moreira Lima nasceu em Lábrea, município do Amazonas, em 1905. Veio para o Acre com seus pais e foi morar no Bairro 15 com eles. No mesmo ano, deslocou-se para o seringal. O Acre ainda era território nessa época. Foi quando surgiu a Polícia Militar no território do Acre.

Sentou praça em 1916, foi trabalhar em delegacias. Em seguida, ele se deslocou para Hiberia para se encontrar com um filho dele por nome de Pito. Foi convidado pelo próprio filho para trabalhar na construção do aeroporto da Hiberia. O prefeito de Ana Pari era muito amigo do meu pai naquela época. Aí a minha amizade cresceu com todos os peruanos.

Foi quando ele se deslocou para o seringal Assis Brasil, foi até Brasileia e veio a Rio Branco ver seus pais. Em 1942, Paraguaçu veio com a família toda no aubar.

Chegou no Acre, encostou no bairro do Papoco, comprou uma casa que hoje tem uma estátua do Cristo ao lado da casa que ele morou.

Meu pai foi chamado pelo capitão dos catraeiros como chefe. Foi quando eu me desloquei até a cachoeira extreminha com meus amigos e minha família. Fiz uma casa no salão ao lado da cachoeira. No outro dia começamos a trabalhar arrombando a cachoeira para dar acesso aos navios e a quem passasse por lá.

Aí, nós nos deslocamos para o Seringal Oriente e começamos também o serviço de arrombamento. O navio Rio Guamá passou o verão todinho no seco, na praia. O senhor Carlos ficou o verão todinho dentro do navio vigiando. Aí o Rio Acre encheu um pouco e nós fomos colocar o navio na água, foi quando nós demos fé que tinha uma serpente enrolada na hélice do navio. Aí mataram ela com tiros. Era uma sucuri muito grossa, tinha uns quatro metros.

Então o rio encheu e o navio flutuou. Levaram o navio lá pro porto do mercado. Como o seu Carlos não conhecia ninguém, só a nossa família mesmo, fui convidado para deixar o navio em Belém do Pará como cozinheiro. O Luiz, meu genro, foi como comandante. O Balaleu foi com a gente também. O meu filho Emanoel Moreira Lima, foi trabalhando de motorista junto com seu Carlos.

Chegando a Belém fomos bem recebidos e nos pagaram. Viemos no navio Rio Acre do governador do Acre, muito meu amigo, José Augusto. O meu filho Emanoel ficou em Belém e um mês depois veio no navio João Gonçalves, que era do seu Vavá e do seu Varlindo.

O meu pai faleceu no hospital Santa Juliana. Hoje se encontra sepultado no Cemitério São João Batista. Deixou oito filhos, todos maiores de idade e também deixou bens e um testamento a inventariar feito pelo doutor Beirahi, advogado e seu melhor amigo.

Declarado pelo seu próprio filho,

Emanoel Moreira Lima
Paraguaçú Filho

OBS.: Quem quiser saber mais informações do Rio Acre procure pelo Sr. Paraguaçú Filho no bairro da Base.

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