A Organização Não Governamental (ONG), SOS Amazônia é resultado da expressão popular. A entidade foi criada na década de 1980, com a missão de defender a Amazônia, apoiando as populações tradicionais e promovendo a conservação do meio ambiente. Nessa época, o desmatamento da Amazônia começou a ser divulgado internacionalmente. Na mesma década, os seringueiros do Acre estavam sendo ameaçado por estar dificultando a devastação das florestas.
No dia 30 de setembro de 1988, um grupo de 35 pessoas do município de Rio Branco entre professores, estudantes universitários, servidores públicos e representantes do movimento social, criaram a SOS Amazônia.
Ao longo desses anos, a SOS Amazônia ganhou experiência na gestão de projetos em Unidades de Conservação (UCs), tornou-se referência na participação voluntária em conselhos e comitês para regulamentação de leis e gestão de programas públicos, além de se destacar em serviços de assessoria técnica, social e ambiental. Atualmente, oferece este serviço a mais de duas mil famílias ribeirinhas no Vale do Juruá.
Um dos fundadores da ONG, e atual secretário geral da entidade, Miguel Scarcello, expõe as atividades realizadas pela SOS Amazônia. Ele destaca o trabalho ambiental pela equipe. “Nós empreendemos esse trabalho por um bom tempo nas escolas em Rio Branco e no Vale do Juruá. Isso possibilitou formar, melhorar e capacitar profissionais para dar continuidade a esse trabalho”, disse.
A entidade preza pelo funcionamento e melhor gestão das unidades conversação do Estado, sobretudo ao Parque Nacional da Serra do Divisor. Scarcello destaca ainda o trabalho de aproveitamento e reciclagem dos resíduos. “Eu considero esses pontos como a diferença da nossa instituição. Tivemos muitos parceiros importantes e uma boa recepção junto ao público”, contou o secretário geral.
Durante esses 27 anos o SOS Amazônia atendeu diretamente cerca de três mil famílias. Para Scarcello fazer parte dessa história é um privilégio. “Por um lado, por fazer parte disso e estar nessas iniciativas. Por outro, apesar de a gente focar em temas importantes para o Estado, temáticas bem amplas, a gente vê que ainda precisamos fazer muito mais, esse lado não me deixa tão satisfeito. De fato, não posso negar a importância de fazer parte desse projeto”, ponderou.
Ainda de acordo com o secretário, atualmente a entidade está trabalhando com outra referência, a assistência técnica e extensão rural, cerca de 25 técnicos trabalham diretamente nesse projeto. “Construímos uma capacidade para executar isso que eu acho muito significativa, por causa do número de pessoas envolvidas, e a abrangência de território de quase um 1,5 milhões de hectares, atendendo 2 mil famílias”, destacou.
“Todos o esforço feito nessas áreas de unidades de conservação, o caminho que nós vimos para dar continuidade foi trabalhar nessa linha de assistência técnicas para as populações rurais. Para que eles pudessem passar a ter mais subsídio, tecnologia, e mais apoio, para poderem ter uma prática com menos uso de fogo e com menos desmatamento”, concluiu Scarcello.
Outros projetos de sucesso
Coordenado pela SOS Amazônia desde 2003, o projeto “Quelônios do Juruá: Eu Projeto”, visa promover a conservação das espécies de tartarugas, tracajás e iaçás na região do Vale do Juruá. Além da assessoria técnica da entidade, a iniciativa conta com o trabalho voluntário de ribeirinhos, cerca de 40 famílias. Até hoje, o projeto devolveu a natureza aproximadamente 18 mil quelônios.
Outro projeto é o ATER Agroecologia, que tem a intenção de desenvolver a agricultura familiar sustentável na região, e como trabalhar a produção agroecológica e orgânica nas Unidades de Produção Familiar (UPF), além de destacar a necessidade de alternativas que visem a melhoria da produção rural, de olho sustentável dos recursos naturais, ambientais, sociais e econômicos.
O projeto “Sanear Amazônia” é destinado a comunidades da Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada em Brasileia. O objetivo da iniciativa é garantir água de qualidade para o consumo das comunidades, prevenir doenças, melhorar o rendimento escolar das crianças e adolescentes, além de potencializar atividades econômicas das famílias extrativistas, com a disponibilidade da tecnologia social.
O “Cadeias de valor de produtos florestais não madeireiros”, objetiva disseminar e apoiar iniciativas empreendedoras em nova instituições aglutinadas com vistas à geração de trabalho e renda, através do desenvolvimento sustentável, das cadeias produtivas dos óleos vegetais (murmuru, buriti, cocão), cacau silvestre e borracha. O projeto alcança seis municípios do Acre e quatro do Amazonas.