Vale insistir sempre: nada a opor a essas manifestações que ocorrem nesses dias pelo país inteiro contra e favor do Governo, desde que realizadas sem violência e com um mínimo de bom senso de quem as organiza e de quem faz questão de participar.
Contudo, vale também alertar que essas manifestações por mais numerosas ou ruidosas que sejam por si só não terão o condão ou a mágica de resolver o principal problema que castiga este país há mais de ano, sobretudo, as camadas mais pobres da sociedade: a crise econômica. Ao contrário, poderão até agravar se servirem para dividir ainda mais o país, fomentando a intolerância e o ódio.
Neste sentido, seria de todo aconselhável que os dois lados atentassem para o que declarou ontem o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Brito. Segundo ele, “a voz das ruas não pode mudar a voz das urnas”.
Ou seja, acrescentou, é preciso que se respeite o processo democrático e aconselhou que se tenha um pouco mais de paciência, tolerância, para não romper com a ordem institucional e jogar o país num caos.
É um sábio conselho, válido para todos, inclusive para alguns magistrados que estão extrapolando os limites da legalidade e fomentando a instabilidade com decisões arbitrárias.
