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Manifestação pró-Dilma e Lula reúne mais de 20 mil pessoas em Rio Branco

Organizadores fizeram uma estimativa que 20 mil pessoas participaram da manifestação. Incluindo pessoas que observaram o ato, drones calcularam mais de 19 mil. (Foto: Marcos Vicentti)

O Centro da capital acreana ficou vermelho. Em Rio Branco, o movimento em favor do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff reuniu mais de 20 mil pessoas, segundo a organização. Jovens, adultos e crianças gritavam: “Não vai ter golpe”. Nas blusas, mensagem de resistência e apoio ao governo como, por exemplo: “Nas ruas em favor da democracia”.

Participaram do movimento o governador Tião Viana, o prefeito Marcus Alexandre, deputado federal Raimundo Angelim e Sibá Machado, além de representantes do Partido dos Trabalhadores no Acre (PT/AC) e outras autoridades.

Segundo Tião Viana, o pedido de impeachment da presidente Dilma é uma tentativa de golpe e ‘uma violação a princípios constitucionais e de liberdade democrática’.

“Nosso recado é: não há caminho mais necessário para vida e para o futuro da geração, do que o caminho da liberdade democrática e da obediência da suprema força e norma da Constituição Federal democrática brasileira”, disse Tião Viana.

O presidente do PT no Acre, Ermício Sena, afirma que o ato é em favor da democracia e contra a tentativa de golpe. “Estamos vivendo um momento de muita apreensão no país e de desrespeito aos direitos constitucionais. Esse é verdadeiramente um ato democrático. O povo está na rua para fazer o enfretamento a qualquer tipo de ditadura”, afirmou o presidente do PT/AC.

Sena lembra que o partido continua em vigília e que no próximo dia 31 de março mais um ato em favor da democracia acontecerá. “Alguns em Brasília e outros aqui em Rio Branco. Vamos repetir esse sucesso que está sendo esse ato em defesa da democracia”.

Para o deputado federal Sibá Machado, o movimento nacional, sobretudo no Acre, é uma resposta à tentativa de golpe ao governo da presidente Dilma. “Essas 20 mil pessoas estão dando sua contribuição para a garantia da democracia do nosso país! Para a garantia da índole da maior liderança política do Brasil, que é o Lula, e, principalmente para garantir o direito da presidente Dilma de governar o país”.

Dilma volta a condenar atitude de Moro e fala que magistrado cometeu crime

MARCELA JANSEN

A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o juiz Sérgio Moro, na manhã de sexta-feira, 18, pela divulgação da conversa entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma condenou a ação do magistrado e disse que ‘grampear o presidente’, sem a autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), é crime e dá cadeia em outros países.

“Em muitos lugares do mundo, quem grampear o presidente vai preso se não tiver autorização judicial da Suprema Corte (…) Grampeia o presidente dos Estados Unidos e vê o que acontece com quem grampear”, declarou.

Durante a solenidade de posse de Lula, como ministro-chefe da Casa Civil, a presidente chegou a classificar a atitude de Moro como ‘agressão à democracia’. Dilma declarou ainda ser ‘a favor do rigoroso combate à corrupção’, mas questionou métodos que, segundo ela, violam a democracia. “Sou a favor de que todos os corruptos que cometam crimes vão para a cadeia. A única coisa que eu não sou a favor é que alguém justifique que, para combater a corrupção, a democracia tem de ir junto”, disse.

Por fim, ela condenou a ‘politização’ das instituições. “O meu governo respeita o Ministério Público e o Judiciário, mas consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer uma dessas instituições”.

Quanto às declarações de Dilma Rousseff, o juiz federal apenas ressaltou que não vê problema na gravação da conversa entre Lula e Dilma. “Nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações”, escreveu, em despacho para defender a legalidade da interceptação do diálogo.

Deputados devem entrar com representação contra Moro no CNJ na próxima segunda
Parlamentares ligados ao PT e ao PCdoB farão representação, na próxima segunda-feira, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), contra o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, por quebra de sigilo e divulgação das conversas telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades do Governo Federal, inclusive a presidenta Dilma Rousseff.

A informação foi dada ontem, 18, no Rio de Janeiro, pelo deputado do PT/RJ, Wadih Damous (ex-presidente da OAB/RJ), ao participar de ato “de desagravo à advocacia, à democracia e aos direitos individuais, realizado no plenário do antigo auditório do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Caarj), no Centro do Rio. (Nielmar de Oliveira / Agência Brasil)

Janot teria consentido sobre divulgação de escutas
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi informado sobre as interceptações telefônicas do ex-presidente Lula antes que fossem reveladas publicamente, na última quarta-feira, 16, de acordo com a assessoria da PGR.

O aviso partiu de procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato que investigavam o petista ainda na manhã de quarta, quando Janot estava em viagem oficial na Suíça.

Segundo a Procuradoria Geral da República, ao pedirem sua opinião sobre se o sigilo dos áudios deveria ser retirado, Janot orientou que fosse seguido o “procedimento padrão” que vem sendo adotado, isto é, a revelação das escutas.

Ainda segundo a assessoria da PGR, os procuradores e o próprio Janot ainda não conheciam o conteúdo integral das conversas nem o diálogo mantido por Lula com a presidente Dilma Rousseff. (Renan Ramalho, do G1 Brasília)

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