O vice-presidente do Senado Federal, Jorge Viana (PT-AC), destacou que a casa legislativa dará um rito estritamente constitucional ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senador afirmou que essa conduta do Senado vai garantir um ritmo que não permita postergamentos ou atropelos do processo.
“Sabemos da responsabilidade do Senado em relação a esse assunto. Vamos tratar com a devida seriedade que ele merece, diferente do que foi feito na Câmara dos Deputados. Portanto, a decisão é dar um rito conforme estabelece a Constituição”, disse Jorge Viana.
O senador comentou ainda sobre a reunião realizada na última terça-feira, 19, onde ficou decidido que a divisão das vagas na comissão que analisará o processo será feita por blocos partidários, e não por partidos.
“Foram debatidos os critérios importantes para a análise do processo de impeachment da presidente Dilma. Lamentavelmente tivemos que optar por ser por bloco devido ao número de partidos. Dessa forma, até sexta-feira, 22, os partidos deverão indicar os componentes da comissão, que será instalada na próxima terça–feira, 26”.
Ele citou também os critério de escolha dos componentes da comissão e suas expectativas para a situação, inclusive sobre a proposta de emenda à Constituição apresentada na última terça-feira, 19, por um grupo de senadores. Eles pediram a realização de eleições diretas para a Presidência da República no próximo dia 2 de outubro, quando ocorrem eleições municipais.
“Os senadores que assinaram essa proposta tem o entendimento de que o vice-presidente não possui a legitimidade necessária para assumir o cargo. Questionam que ele não teve votos, portanto, se faz necessária a realização de uma nova eleição. Diante da possibilidade de tirar alguém e colocar outro, alguns colegas defendem que se coloque alguém que tenha tido voto”.
Por fim, Jorge pede cautela da sociedade quanto a esse assunto. “Temos que ter muito cuidado, pois, com a saída de uma pessoa colocada de forma legítima no cargo, o país pode entrar em uma instabilidade enorme. Quem vai para a rua quer um país melhor. Mas, quem garante que esse próximo governo ilegítimo será melhor?”, finalizou.