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Indígenas e antropólogo criam jogo de vídeo game “Caminhos da Jibóia”

 A parceria entre indígenas, integrantes do povo Huni Kuin, da região do Jordão, e o antropólogo e idealizador do projeto, Guilherme Menezes, possibilitou a criação de um jogo de vídeo game. Intitulado Huni Kuin: Yube Baitana (os caminhos da jiboia), o jogo foi oficialmente lançado nesta sexta-feira, 15, na Biblioteca da Floresta.

Segundo o idealizador do projeto, o jogo eletrônico explora o universo dos indígenas, conhecimentos e memórias, através da linguagem dos videogames. “Há muita riqueza, espiritualidade, na floresta onde eles vivem. Então, a ideia foi buscar trazer mesmo esse tema ao publico brasileiro e de outros países, para conhecerem e podermos divulgar essa cultura e mostrar a riqueza que ela tem”.

O jogo, que levou quatro anos para ser desenvolvido, proporciona aos jogadores entrar em contato com a cultura indígena, cantos, histórias, mitos, entre outros. Até o final deste mês, o jogo deve estar disponível na internet para download, e em quatro idiomas: hatxã kuin, português, inglês e espanhol.

O antropólogo, diz que o jogo é um dos projetos mais importantes de sua vida. Além de ser inovador e desafiante. “Eu não conheço nenhum projeto desse tipo com outras populações indígenas do Brasil. Foi um desafio trabalhar com pessoas que não tem nem acesso a energia elétrica. Por mais que seja um projeto pequeno, fizemos com muito amor e carinho”, disse Menezes.

Para o assessor de assuntos indígenas do Estado, Zezinho Yube, o projeto fortalece a cultura indígena do povo Huni Kuin e resgata o conhecimento da cultura tradicional. “Nós levamos esse conhecimento tradicional para o mundo, essa oportunidade de conhecer a cultura dos povos indígenas. Isso é muito importante para nós”, afirmou.

Sinopse do jogo – Um casal de gêmeos Huni Kuin foram concebidos pela jibóia Yube em sonhos e herdaram seus poderes especiais. Um jovem caçador e uma pequena artesã̃, ao longo do jogo, passarão por uma série de desafios para que se tornem, respectivamente, um curandeiro (mukaya) e uma mestra dos desenhos (kene). Nesta jornada, eles vão adquirir habilidades e conhecimentos de seus ancestrais, dos animais, das plantas e dos espíritos; entrando em comunicação com os seres visíveis e invisíveis da floresta (yuxibu), para que se tornem, enfim, pessoas verdadeiras (Huni Kuin).

 

A Gazeta do Acre: