Na situação institucional vexatória, vergonhosa em que o país se encontra, não há o que comemorar com esta decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu ontem pelo afastamento do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados; só a lamentar e se indignar.
Entre outras ponderações e motivos que constam da liminar do ministro Teori Zavaski, acatada pelo STF, a que chama a atenção é a de que o deputado “não possui condições pessoais mínimas para exercer o cargo”.
Ora, por uma questão de lógica elementar, diante de tal afirmativa, é de se perguntar por que o STF não agiu com antecedência, permitindo que esse mesmo parlamentar presidisse todo o processo do impeachment da presidente da República, transformando aquela Casa num “circo de horrores”, como a sociedade assistiu?
Evidentemente que essa questão não mudará o resultado do mesmo processo que agora está sendo apreciado pelo Senado, cujo desfecho também já se sabe qual será por se tratar de um processo eminentemente político.
Para grande parte da sociedade, entretanto, e para a comunidade internacional é, como se disse, de se lamentar e se indignar que o país tenha chegado a esse ponto. Ou como se dizia em outros tempos, voltado a uma “republiqueta de bananas”.