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Machado diz ter contribuído para Temer; presidente em exercício nega

Novos trechos de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, aos quais a TV Globo teve acesso, mostram que ele ajudou aliados políticos, mas os diálogos não permitem dizer que tipo de ajuda foi essa.

Um deles foi o ex-presidente José Sarney (PMDB/AP). Outro, segundo os investigadores, foi Gabriel Chalita (PMDB/SP).

Na gravação, Machado diz que contribuiu a pedido do atual presidente em exercício Michel Temer para a campanha eleitoral do “menino”, que os investigadores identificam como Gabriel Chalita, candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo em 2012. Os diálogos não revelam de que forma se deu a contribuição. Temer nega ter pedido doação.

Na conversa, Machado parece sondar o ex-presidente José Sarney sobre se o então vice-presidente Michel Temer pode participar de uma articulação para evitar que sua investigação caia nas mãos de Sérgio Moro.

MACHADO: Você acha que a gente consegue emplacar o Michel sem uma articulação do jeito que esta…

SARNEY: Não. Sem articulação, não. Vou ver o que acontecendo, vou no Michel hoje…

MACHADO: O Michel presidente… lhe dizer… eu contribuí pro Michel.

SARNEY: Hum.

MACHADO: Eu contribuí pro Michel… Não quero nem que o senhor comente com o Renan… Eu contribuí pro Michel para a candidatura do menino [Gabriel Chalita, do PMDB-SP]… Falei com ele até num lugar inapropriado, que foi na base aérea.

Conversa sobre Dilma, Santana e ministro
Em outra conversa, Machado foi até a casa de Sarney. Eles falaram sobre a presidente afastada Dilma Rousseff, o marqueteiro do PT João Santana, que havia sido preso na Lava Jato, e o ministro da Justiça. Mas eles não falam o nome do ministro. E não se sabe exatamente o dia da conversa, apenas o período, entre fevereiro e março deste ano, quando três pessoas ocuparam o cargo: José Eduardo Cardozo, Wellington Silva e Eugênio Aragão.

Defesas
O presidente em exercício, Michel Temer, negou que tenha pedido doação a Sérgio Machado para a campanha de Gabriel Chalita. Ele disse também que não foi candidato nas eleições municipais de 2012 e não recebeu nenhuma contribuição. Michel Temer disse também que nunca se encontrou em lugar inapropriado com Sérgio Machado.

O presidente do Sena-do, Renan Calheiros, negou as acusações e disse que ele próprio agilizou a recondução de Janot ao cargo de procurador, assim que o nome foi indicado pela presidente afastada Dilma Rousseff.

O ex-presidente José Sarney disse que tinha relação de amizade com Sérgio Machado e que, por isso, vendo que ele estava em momento de desespero, prontificou-se a ajudá-lo e a sugerir nomes que poderiam participar da defesa dele. Sarney negou, no entanto, que tenha falado com o então ministro do STJ Asfor Rocha sobre o assunto. Ele pediu desculpas a Asfor Rocha pelo que considera um descuido motivado pelo desejo de ajudar.

Sobre as gravações do ex-presidente da Transpetro, a presidente afastada Dilma Rousseff voltou a dizer que que todos os pagamentos feitos ao publicitário João Santana foram regulares e declarados à Justiça Eleitoral. A petista disse estranhar que pessoas que não participaram da coordenação da campanha ou da tesouraria possam ter informações sobre pagamentos e arrecadações, o que, segundo ela, mostram que a origem dessas informações não tem nenhuma credibilidade. (Do G1, com informações do JN)

A Gazeta do Acre: