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A banalização do trágico

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
23/07/2016 - 04:33
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Quando jovenzinho, 1962, sofri o impacto com a morte de um colega de escola primária (Grupo Escolar Saldanha Marinho) que teve sua vida ceifada de forma trágica, num dos raros acidentes de trânsito. A roda dianteira do ônibus passou por sobre a cabeça do menino Roberval. A notícia se espalhou rapidamente nas adjacências do ocorrido e, no meu caso, foi quase instantaneamente, pois que morávamos no centro de Manaus, Rua Lauro Cavalcante a 300 metros do desastre.

Ao saber que a vítima era meu jovem amigo, impulsivamente desejei acorrer ao local. Minha querida mãe mo impediu, com as seguintes palavras: Não vá! Pois, o que vais ver não é bom. E secundou: Guarde no coração e na memória como ele era em vida. Lembre-se dos bons momentos que vocês viveram juntos! Em síntese, diferentemente da criança de hoje que experimenta, diariamente, todo o tipo de desgraças humanas, as crianças da minha época eram preservadas e até proibidas de testemunharem, in loco, as misérias humanas.

No Brasil, banalizamos o trágico: crime de estupro e o assassinato de mulheres indefesas; vulgarizamos e até contamos piadas sobre as improbidades do executivo, do legislativo e do judiciário; aceitamos passivamente a cultura da morte, a cultura do ficar e a cultura da droga. Continuamos sem solução para o problema da gravidez e por extensão do aborto na adolescência, que não consegue sair do campo das soluções teóricas.Não julgamos mais à luz dos valores e da ética, por exemplo, essa cultura do crime perverso e da violência de uns contra outros.Ao que parece não temos a capacidade de discernir e compreender essa realidade estúpida em que vivemos.

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A sociedade, dada às circunstâncias, tem que aprender a conviver com a morte brutal de seus semelhantes; fazer ouvido de mercador aos reclamos da gente sofrida; fechar os olhos aos escândalos de extravio do erário público; vulgarizar o roubo e assassinatos diários; admitir que usar drogas (entorpecentes alucinógenos) faz parte do contexto moderno.

Somente neste ano corrente, a violência se apresentou em suas formas mais insidiosas, mais cínicas, num grau de refinamento que provavelmente supera em muito os períodos mais cruéis da história da humanidade. Genocídios e torturas “cientificamente” organizados; perseguições de todos os matizes, depurações raciais e “limpezas étnicas”; êxodo forçado de populações inteiras e grupos sociais indefesos; terrorismo em formas inumanas; segregação e/ou exclusão econômica, racial e religiosa, todos são comportamentos individuais e coletivos que traduzem nada mais, nada menos, do que o simples e cruel desejo de destruir o outro.

Paralelamente, a esses fatos brutais, a maioria da população está entregue a uma vida desregrada de prazeres., Opta por viver à beira do abismo das paixões, isto é: catarse, sentimento ou emoção levado a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão. O mais trágico de tudo é que qualquer alma humana que ousar reagir contra essa inclinação perversa do brasileiro, é nomeada, na melhor das hipóteses, como falsa e moralista. O delírio é grande, pois não se concebe mais um modo de vida estético equilibrado, vida de prazeres comedidos, que por si só, se contrapõe, não apenas a dor, mas, sobretudo, o tédio. É o lado trágico da questão. O ópio da alma estupefata, ou do adormecimento do corpo, diante do espanto desta realidade cruel. “Porque a vida continua”, dizem, queremos viver intensamente as contradições das paixões humanas, mesmo que ali, bem perto de nós, existam milhares de famílias desabrigadas, ou o corpo dum adolescente crivado de balas e, ainda por cima, queimado pelas chamas da insensatez.

Não menos trágico é constatar que o homem deixou, em sua maioria, de ser consciente de si e dos outros. Não tem capacidade de reflexão e de reconhecer a existência do próximo como sujeito ético igual a ele. Perdemos a consciência moral, trocamos a verdade pela mentira. Podemos dizer a verdade, contudo preferimos a mentira. É assim aqui, ali ou em qualquer outro lugar nos quadrantes da terra.
Francisco Assis dos Santos, Pesquisador Bibliográfico em Humanidades. E-mail: [email protected]

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