Atualmente, o mundo experimenta os terrores das múltiplas patologias, miríades mesmo. Vivemos o século das doenças endêmicas. No Brasil, nas grandes e pequenas cidades, o medo do futuro e suas dúvidas é a mais subjetiva de todas as doenças, porque é adventícia, pois que toma de assalto o nosso interior. Medo e pavor, notadamente da violência urbana, em todos os segmentos sociais, atormentando a alma cansada dos sobreviventes desse caos social. “Saio de casa pela manhã, mas não sei se volto vivo à noite.” É a máxima que ecoa no seio das famílias de Norte a Sul neste país. Aforismo que reflete as incertezas de segurança, da própria vida, por exemplo, dos policiais e de suas famílias. São os nossos terrores de nos vermos assaltados, estuprados, assassinados a qualquer momento, por motivos banais. Se é que há motivo superior para ceifar a vida do próximo! Apreensão, medo ou susto, são termos eufêmicos diante dessa situação que espanta, amedronta e aterroriza o mundo de hoje.
É torturante, igualmente ter que aceitar essa situação insolúvel do sistema penal no Brasil. O tempo passa e a questão carcerária se agrava mais e mais, a exemplo de outros problemas sociais que nos afligem diariamente sem que tenhamos, na condição de sociedade organizada, uma solução pelo menos plausível que nos garanta o mínimo de confiança nas instituições que administram o erário público, e olha que não é pouco o que se arrecada, através duma política tributária opressora, da já quebrada economia do cidadão comum. Sei que existem especialistas da área que tentam explicar, os inexplicáveis motivos que geram essa superlotação dos presídios que fazem estourar a todo o momento, aqui e lá, nas “casas de detenções” motins que quase sempre acabam em mortes. Estatísticas recentes, falam que o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. São mais de 550 mil presos e, dizem, que há quase o mesmo número do lado de fora, isto é zanzando por aí em meio aos citadinos, que deveriam cumprir pena, por algum delito cometido, e não cumprem pela falta de espaço nos presídios.
Outro câncer, com avanço inexorável, é o cataclismo MORAL, que coloca por terra os bons costumes, ainda necessários para uma boa convivência social. Valores que, questionados à luz de teorias sem qualquer senso ético, feneceram dando vida a esta situação desmoralizante. Como se não bastassem o cataclismo geológico e as profundas mudanças climáticas, bem como as epidemias quase incontroláveis, que assolam o mundo aqui e ali; Como se não bastassem à exaustão da terra madre que somados a escassez de recursos naturais, derivados do petróleo e de outras matérias-primas tornam a vida nossa de cada dia mais difícil. Alem de todas essas desgraças, temos que viver com a decadência mental e moral causada, especialmente, pelo mundo urbano cujo carro-chefe é a desordenada vida sexual; o consumismo exagerado e; a entrega globalizada da juventude as drogas alucinógenas.
O desmoronar da moral pode ser percebido, por exemplo, entre os jovens dos tempos pós-modernos. O jovem atualmente é portal do crime. Todos os dias surgem dos quatro cantos do mundo, relatos lamentáveis sobre: homicídios, assaltos à mão armada, lesões corporais e tráfico de drogas envolvendo diretamente crianças e adolescentes. Na realidade só estou reverberando um clamor geral no que toca o assunto da delinqüência.
juvenil, da prostituição e exploração de crianças e adolescentes. O que se configura, se providências não forem tomadas, numa ruína total da maioria da juventude, pois se constata por pesquisa de toda ordem que hoje no Brasil, 99% dos crimes são praticados ou tem os adolescentes e jovens como protagonistas.
Assim, essa tragédia moral se radicaliza, perversamente, na corrupção de segmentos da política partidária. Essa praga, a corrupção, é a campeã dos nossos terrores!
Pesquisador Bibliográfico em Humanidades. E-mail: assisprof@yahoo.com.br