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Após doença voltar, acreana faz transplante autólogo e vence câncer

 Lutar contra o câncer é uma das batalhas mais difíceis para quem tem ou já teve a doença. Esperança na cura e otimismo precisa andar lado a lado durante o tratamento, que muitas vezes não é o suficiente. E foi isso que aconteceu com a gestora de Recursos Humanos, Daiana Miranda, de 33 anos.

Há cerca de dois anos, Daiana descobriu que tinha câncer no sangue, o Linfoma de Hodgkin. Então, a gestora começou um processo de tratamento longo e doloroso com sessões de quimioterapia e radioterapia. As mudanças no corpo e a queda de cabelo foram inevitáveis, mas nada abalou a sua fé.

A princípio os resultados do tratamento foram positivos e a cura já era uma realidade. Porém, depois de oito meses, durante exames de rotina Daiana descobriu que a doença tinha voltado.

Imediatamente a gestora viajou para São Paulo em busca de tratamento. A vontade de ver o filho Kauã, de 13 anos, crescer foi a principal motivação para ela continuar lutando contra o câncer.

O ciclo doloroso de tratamento começaria mais uma vez. Dessa vez, as chances de cura eram reais. A equipe médica de Daiana sugeriu que ela fizesse o transplante autólogo – neste as próprias células-tronco do paciente são tratadas com radiação e quimioterapia até garantir que não existam mais células cancerígenas.

“É um processo doloroso. Eu senti muitas coisas, náuseas, vômitos, perdi peso, perdi os cabelos novamente. É terrível. O transplante é bem difícil, mas é uma nova oportunidade que nós temos de viver sem a doença. O transplante zera a possibilidade da doença voltar, você volta a ter as mesmas chances de qualquer outra pessoa de ter um câncer que é de 5%”, contou.

Daiana está há 4 meses em SP e diz que apesar da nova medula ter sido bem aceita pelo seu organismo, ela continuará internada fazendo exames e sem previsão de alta devido aos riscos de infecções.

A possibilidade de não participar do crescimento do filho mudou a forma como Daiana ver o mundo. Hoje, após 2 anos de incertezas ela se considera uma pessoa melhor.“Vale muito a pena. Transplante é vida. É um renascimento, voltamos a ser um bebê, cheia de restrições por um tempo e depois volta tudo ao normal”.

Apesar de não ter data definida para voltar, Daiana já sabe a primeira coisa que quer fazer ao chegar em Rio Branco. “Ver meu filho. Minha luta gira em torno dele. Estou muito ansiosa para voltar, nada melhor do que estar junto dos que nos amam”, falou emocionada.

A gestora de Recursos Humanos é prova viva de que é possível vencer o câncer. Sua fé e esperança não a deixaram desistir de lutar. Agora, absolutamente curada do câncer no sangue ela deixa um recado para quem está na mesma batalha que ela enfrentou: “Fiquem tranquilos. Nem tudo que é ruim vai ser ruim sempre. É uma nova chance de vida e uma nova oportunidade e nós precisamos agarrar com unhas e dentes”.

O DIAGNÓSTICO

Há dois anos, antes de saber que estava doente, Daiana estranhou a indisposição e falta de energia que sempre sentia ao fazer exercícios físicos. Por isso, ela resolveu procurar um médico. Foram várias idas ao hospital e vários exames até chega ao diagnóstico final que apontou o Linfoma de Hodgkin. Foi aí que a batalha para vencer o câncer começou e durou longos 730 dias.

 

 

A Gazeta do Acre: