Pelas declarações da presidente cassada, dos líderes do seu partido e as manifestações de protesto que seguiram em várias capitais, a previsão é a de que o presidente que assumiu terá sérias dificuldades de governar o país ou “apaziguar a sociedade”, como ele declarou um seu discurso de posse.
Fazer oposição dura e manifestar-se contra um processo que, queiram ou não, violentou a ordem institucional e, por consequência, a democracia é um direito que o novo Governo tem que respeitar. A não ser que recorra ao uso da força, mas aí já é outra história e que, geralmente, sempre acaba mal, com fins trágicos.
Contudo, a par da questão política, o que a sociedade quer e exige é que o novo Governo seja suficientemente capaz de resolver a grave crise econômica e política que seus aliados ajudaram a criar e agravar-se, que já redundou na perda de mais de 12 milhões de postos de trabalho, entre outras consequências mais graves.
Para tanto, o presidente e seus ministros estão anunciando várias reformas, entre elas a da Previdência e das leis trabalhistas. Sim, talvez, sejam necessárias, desde que não atinjam direitos adquiridos. O que não se viu até agora, nesses três meses, foi a redução dos gastos públicos e esta sim seria uma das principais medidas para a retomada do crescimento econômico e de credibilidade.