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“Bonde dos 13 não aceita mais o Comando Vermelho no fechado. Estamos fazendo a mudança deles”, diz juíza Luana Campos

 Após a invasão na Unidade Prisional 4 (UP4), quando 25 criminosos armaram uma emboscada para tentar matar os presos do semiaberto, e a rebelião em três pavilhões do regime fechado, a juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campos, se posicionou que deve tomar algumas medidas de remanejamento de presos para separar duas facções rivais que disputam espaço dentro do Complexo Penitenciário Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco.

A informação foi dada nesta segunda-feira, 24, durante coletiva de imprensa. A magistrada ressaltou que a ideia é remanejar presos mais comportados para o interior do Acre e abrir espaço para que seja feita a separação dos integrantes de facções dentro do FOC.

“A gente está fazendo a mudança deles. A facção Bonde dos 13 não aceita mais o Comando Vermelho no fechado. Já pedi umas vagas para Senador Guiomard, entretanto, não obtive resposta do juiz. Estou aguardando a resposta pra gente ver realmente qual providência tomar. O sistema está inchando, lotado, então precisamos fazer remanejamento e várias adequações”, explicou a juíza.

Atualmente, o maior presídio do Estado acomoda 3 mil presos ao todo. “A gente precisa separar o Comando Vermelho de Bonde dos 13. A maioria é do Bonde dos 13, o Comando Vermelho está em minoria”, diz.

Essa é mais uma medida para tentar conter a guerra por território entre as duas facções rivais. Desde o dia 16 deste mês, o Acre registra uma onda de execuções. Na última quinta-feira, 20, os presos se rebelaram e tomaram conta de três pavilhões da FOC. Agentes do Bope entraram na unidade e, inicialmente, conseguiram retomar os pavilhões L e K. O Pavilhão J foi o último a ser controlado.

Após a rebelião, em coletiva, o governo afirmou que dois carcereiros foram presos sob suspeita de fornecer armas para presos atuarem no complexo. No total, quatro presos morreram. Um chegou a ser socorrido no Hospital de Urgência e Emergência, mas não resistiu. Além disso, 19 ficaram feridos.

Na madrugada deste domingo, 23, mais uma morte foi registrada na FOC. Desta vez, a vítima foi o preso Jean Carlos Nascimento da Costa, morto na cela 11 do Pavilhão A com golpes de estoque, um tipo de arma artesanal que, segundo o Iapen, foi feita com ferro por outro reeducando.

A Gazeta do Acre: