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Nota de solidariedade aos agentes penitenciários e PMs

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) vêm a público se solidarizar com os agentes penitenciários e PMs, que saíram feridos na rebelião ocorrida no FOC ontem. Sabemos o quão são valorosos esses operadores da segurança, que, mesmo com efetivo reduzido e sem equipamentos de proteção e segurança, fazem o melhor trabalho possível.

Também repudiamos qualquer ato de violência ou vandalismo sejam quem for o agente causador. Lamentamos profundamente o incêndio que consumiu a escola Dr. Carlos Vasconcelos, uma das mais tradicionais do Estado.

Muitas são as causas da violência e dos distúrbios. O Brasil é o país das desigualdades, da corrupção e a violência é mera consequência dessas e de outras contradições. A pobreza não é causa da violência.

Mas, quando aliada à dificuldade dos governos em oferecer melhor distribuição dos serviços públicos, torna os bairros pobres atraentes para a criminalidade e a ilegalidade.

Ao invés do Estado Democrático de Direito, estamos vivendo no Estado da Insegurança. A violência nos faz reféns do medo. Voltaram os toques de recolher, desta feita pelo estado paralelo.

A violência revela a ausência do Estado. Aonde não chega, a violência e o poder paralelo se instalam. Quase sempre isso se dá nos chamados espaços segregados, onde quase tudo é precário ou insuficiente, além da baixa oferta de postos de trabalho.

Neste sentido, portanto, a violência resulta da inoperância e inabilidade administrativa dos gestores públicos, que não tornam o estado condutor do desenvolvimento social e bem estar.

Os sucessivos governos ignoraram isso. Negaram veementemente que exista crime organizado no Acre, mesmo com as mortes e ameaças de agentes penitenciários e PMs. Ao contrário, diziam que éramos o ente federativo que mais investia em segurança pública. O tempo é senhor da verdade.

E foi isso que eclodiu nos últimos dias. O crime organizado está desafiando o poder público, que esta perdendo essa guerra e colocando em risco a vida de policiais e da população em geral.

Não precisamos de fórmulas e super-heróis, mas de políticas públicas eficazes para fazer aquilo que o governo apregoou e nunca fez: a propalada inversão de prioridades.

Queremos Saúde, Educação e Segurança como prioridades. Queremos proteção às nossas famílias e aos valorosos PMs e agente penitenciários, cujo trabalho é de verdadeiros heróis.

 

Rosana Nascimento é presidente da CUT e Sinteac

 

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