A Polícia Federal deflagrou a Operação Hidra, na manhã desta quinta-feira, com o objetivo de desarticular facções criminosas que têm atuado no Estado do Acre. Mais de 150 policiais cumpriram 63 mandados judiciais, sendo 52 de prisão e 11 de busca e apreensão.
As ações foram coordenadas nas cidades de Rio Branco, Sena Madureira e Senador Guiomard. Durante coletiva, o delegado da Polícia Federal no Acre, Daniel Cola, falou que o trabalho de investigação da PF foi um duro golpe às facções que atuavam no estado.
Segundo o delegado, dos 52 mandados de prisão, apenas dois ainda não foram cumpridos. Além disso, foi apreendido o valor de R$ 25 mil em dinheiro, um revólver e quatro veículos, sendo três carros e uma motocicleta.
Entre os alvos estão pessoas ligadas a organizações criminosas como o PCC, Comando Vermelho e Bonde dos 13. Essas facções foram responsáveis por uma série de ataques a ônibus e prédios públicos nos meses de outubro de 2015 e 2016. Recentemente, esses grupos criminosos também foram responsáveis por rebeliões no Presídio de Rio Branco.
Segundo confirmou a PF, três apreensões de drogas foram realizadas, totalizando mais de 10 quilos de cocaína. A Polícia Federal também descobriu a localização de um laboratório utilizado por uma das facções para adulteração da droga. Na ação, três armas de fogo foram apreendidas.
Dentre os crimes praticas pelos grupos criminosos, ainda podemos destacar uma tentativa de latrocínio ocorrida em uma agência do Banco do Brasil localizada no Campus da UFAC, na cidade de Rio Branco/AC e dois furtos em lojas de eletrodoméstico. Em um desses furtos, o grupo criminoso invadiu a casa de uma idosa que morava ao lado da loja e manteve-a refém enquanto os criminosos quebravam a parede da casa dela para ter acesso ao interior da loja.
“Foi o trabalho de mais de um ano de investigações que desarticulou e prendeu integrantes de três facções que atuavam no Acre. Foi um duro golpe, as facções eram CV, PCC e Bonde dos 13. Foi um golpe dos órgãos de segurança em desarticular essas facções. Não posso afirmar que essas facções estão totalmente desarticuladas, mas boa parte dos mandantes foram identificados”, disse Cola.
Entre os presos, há um agente penitenciário que é suspeito de ajudar as organizações criminosas facilitando a entrada de aparelhos celulares e armas de fogo no presídio, segundo a PF. A identidade do agente não foi divulgada e a polícia não informou se o agente recebia para fazer esse serviço, nem há quanto tempo ele seria integrante da facção.
Além da produção de provas da materialidade e autoria dos crimes citados, ainda foi possível agir de forma preventiva evitando a consumação de diversos outros crimes. Para isso, a Polícia Federal contou com o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e do Instituto de Administração Penitenciária.
A forma de atuação dessas facções é marcada pela violência e pelo intuito de obtenção de lucro decorrente das práticas criminosas. Os líderes dessas facções vêm recrutando adolescentes e jovens de comunidades carentes, bem como obrigam os detentos do sistema penitenciário a integrarem as facções.
Essas pessoas são atraídas pela promessa de “status” no mundo do crime, proteção oferecida pelas facções e pela oportunidade de obtenção de lucro com prática de crimes.
Operação
O nome da operação – Hidra – faz menção um animal que possui várias cabeças de serpente. Segundo a polícia, faz referência à forma de organização das facções investigadas, as quais contam com vários criminosos dividindo as funções de comando.