Durante 23 dias, a Justiça não sabia onde estava o ex-deputado federal e ex-coronel da Polícia Militar do Acre, Hildebrando Pascoal. Por tal motivo, a juíza da Vara de Execuções Penais de Rio Branco, Luana Campos, determinou a volta ao regime fechado do detento condenado a mais de 100 anos por comandar um grupo de extermínio. A decisão é de caráter provisório.
O Ministério Público Estadual (MP/AC) alegou que o preso teria descumprido regras do sistema semiaberto e pediu o retorno do detento ao regime fechado. De acordo com o documento encaminhado pelo promotor plantonista, Glaucio Ney Shiroma Oshiro, Pascoal se recusou em utilizar a tornozeleira eletrônica e teria abandonado o hospital sem ter alta médica e sem autorização judicial.
Luana Campos autorizou a progressão de regime no dia 5 de outubro e ainda permitiu a saída temporária em datas comemorativas. Conforme se deduz da decisão da juíza, o erro pode ter ocorrido na falta de informações por parte da defesa.
“Após o gozo do benefício, este Juízo determinou que a defesa informasse, através de laudo médico, a necessidade de permanência no hospital para a continuidade do tratamento. A defesa, ao invés de relatar essa necessidade, pediu novamente à prisão domiciliar. Este Juízo indeferiu o pleito. Na petição a defesa informa que o apenado requereu alta e foi para o seu domicílio. O documento confirma que a alta se deu a pedido, em 12.12.2016”, aponta a decisão.
Quando a decisão de progressão de regime foi tomada em 2016, o ex-deputado estava internado há seis meses em Rio Branco. Ele tem problemas de locomoção e se desloca apenas sobre uma cadeira de rodas.
O ex-deputado ficou conhecido como ‘assassino da motosserra’ e responde pelos crimes de associação para o narcotráfico, homicídio e formação de quadrilha. Em um dos casos, um mecânico que teria colaborado com um rival de Hildebrando foi esquartejado com uma motosserra, ainda vivo. Ele foi preso em 1999.