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Mesmo com crise, mercado continua crescendo no Estado

Busca pela praticidade tem sido um dos motivos para crescimento de delivery

A maioria das pessoas prefere pedir comida no conforto de casa. Trânsito, falta de estacionamento, filas, e a busca por praticidade são alguns dos fatores que fazem do delivery um serviço atraente para o consumidor. Já para os empreendedores, o serviço é uma oportunidade de alavancar as vendas.

Mesmo com a crise econômica pela qual o país atravessa, o mercado continua crescendo. Somente em 2015, o delivery de alimentos movimentou cerca de R$ 9 bilhões no país, um aumento de R$ 1 bilhão em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
O crescimento acelerado está diretamente ligado ao avanço da tecnologia, que além de oferecer comodidade para os consumidores, também possui uma diversidade de locais que oferecem o serviço.

Ainda segundo a Abrasel, o futuro da entrega de alimentos está em plataformas digitais como o Ifood, que reúne mais de 1,5 mil restaurantes de vários estados.

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que o hábito de comprar comida pela internet tem alto índice de aprovação – cerca de 96%. Segundo o estudo, 23% dos consumidores virtuais já fizeram pedidos de comida pela internet, destes 6% relataram problemas e 23% fizeram pelo menos uma compra no último ano.
O último estudo divulgado pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), mostra que o crescimento nominal de vendas do setor de foodservice (alimentação fora do lar) foi de 12,4% em julho de 2015, se comparado ao mês anterior. O segmento apresentou um crescimento entre 2011 e 2014, de R$ 121 bilhões para R$ 157 bilhões.

Outra pesquisa realizada pela empresa de consultoria e varejo GS&MD, diz que 59% dos brasileiros pedem comida em casa. De acordo com a pesquisa, a pizza é a comida mais pedida, seguida por comida chinesa, lanches e comida brasileira.
Os dados acima mostram que o mercado de delivery de alimentos segue em constante crescimento mesmo com o atual momento econômico no país. O setor é considerado um importante elo do desenvolvimento econômico brasileiro.

Aplicativo Ifood é considerado um dos maiores do país

Empresário acreano investe em aplicativo para facilitar entrega de pedidos

Empresário decidiu investir na criação de aplicativo

O ramo de delivery de alimentos também vem crescendo entre as empresas acreanas. Pensando em facilitar o atendimento e atrair clientes, o empresário Benjamim Ruella, de 32 anos, decidiu investir na criação de um aplicativo.
Há três meses, Benjamim paga uma mensalidade de R$ 250 para manter a ferramenta disponível para download. Além de melhorar o atendimento, ele explica que economiza com a mão-de-obra.

“Decidimos colocar o aplicativo por causa da dificuldade de atender várias pessoas ao mesmo tempo no telefone. Isso me economiza funcionário porque nós temos três telefones, às vezes toca os três ao mesmo tempo. Com o aplicativo isso não acontece porque ele funciona de maneira rápida. Várias pessoas podem fazer o pedido ao mesmo tempo”.

Outro aspecto levado em consideração, na hora de implantar o aplicativo, foi a demora em escolher o produto. Com a ferramenta, o cliente pode visualizar todas as opções do cardápio e realizar o pedido em menos tempo. “Pelo telefone às vezes a pessoa demora 15 minutos para escolher uma coisa”, acrescenta.

Benjamim conta que ainda não houve aumento nas vendas após o lançamento do aplicativo. Porém, para estimular a utilização da ferramenta e atrair novos clientes, a empresa faz promoções exclusivas para pedidos feitos pelo app. “Nos dias de promoção recebemos muitos pedidos”.

Mesmo com espaço físico, a maior demanda do restaurante é com o serviço de entrega. O empresário destaca que os principais fatores que fazem do delivery o “carro chefe” são a  dificuldade de estacionar, a procura por comodidade e praticidade. “Tem gente que vem aqui e faz o pedido pra deixar em casa”, concluiu.

Casal buscou abrir franquia diferenciada para atrair clientes em meio à crise

Casal comemora sucesso no empreendimento

Um empreendimento recente em Rio Branco é o Mineiro Delivery. Apesar de estar aberto há sete meses apenas, pelos números da franquia e aceitação no mercado, já pode ser considerado um sucesso. Com pratos que custam de R$ 13 a R$ 30, a opção de ter um estabelecimento focado apenas na entrega de comida agradou os acreanos.

Por trás desse sucesso está o casal Carlos Moreira da Silva e Karen de Paula Cruvinel. Ele, engenheiro civil. Ela, contadora. De fato, o mercado gastronômico aparentemente nunca esteve muito nos planos deles, mas, hoje, é o que almejam para o futuro.
Há três anos, Carlos, Karen e a filha, que hoje tem 5 anos de idade, se mudaram para Rio Branco. Saíram de Uberlândia com uma oferta boa de emprego para Carlos, na Capital. A família aceitou e trocou de endereço.

Ao conhecer a realidade local, pesquisaram os principais anseios da população e decidiram investir no segmento alimentício. Mas, eles não queriam abrir mais um restaurante. Carlos e Karen queriam algo diferente, algo novo, que atraísse clientes mesmo em meio a uma crise financeira.
Foi quando decidiram trazer para Rio Branco o Mineiro Delivery, uma franquia nova no país. O investimento custou cerca de R$ 200 mil.
“Buscamos uma comida que foge do tradicional arroz, feijão e carne, porque isso todo dia enjoa. Temos opções com carne bovina, com frango e com peixe. Não são todos pratos mineiros, mas sim feitos pela cultura mineira”, explica Carlos.

De acordo com o empresário, o ponto positivo de abrir um delivery é a economia com a estrutura. Os empresários contam com seis entregadores e dois atendentes para dar conta dos pedidos. Foram eles também os primeiros a aderir ao aplicativo Ifood em Rio Branco.
O Mineiro Delivery oferece um espaço para quem quer fazer a refeição no local. Segundo Carlos, 75% dos pedidos são delivery, sendo que desses, 10% são feitos pelo Ifood, 20% são de pessoas que buscam a comida no balcão para não pagar taxa de entrega, e 5% de clientes que comem no próprio espaço.

O empresário aponta que o prazo médio de entrega é de 30 a 40 minutos, mas, que existem algumas eventualidades que podem fazer esse tempo exceder. “Aqui em Rio Branco, os clientes pedem a comida muito em cima da hora. Geralmente eles só lembram quando a barriga dói. Ligam e querem que o pedido chegue em dez minutos. A nossa comida é à la carte, para manter a qualidade. Depois de feita, o entregador sai daqui e enfrenta um trânsito. Ao chegar no local, que muitas vezes é em um órgão público, o entregador precisa esperar o cliente. Às vezes, a pessoa está em reunião, ou o prédio ainda faz vistoria no nosso funcionário. Enfim, tudo isso leva tempo”, justifica.

O estabelecimento registrou uma alta nas vendas nos meses de novembro e dezembro. Nesse período, havia em média 160 atendimentos por dia. Contudo, em janeiro e fevereiro, os pedidos caíram muito, chegando a 60 por dia.

“Nossas finanças estão boas, mas não estamos nadando em um rio de dinheiro. Quando você fala em economia, você fala em cortar algumas coisas. E comer fora é uma delas. Mas, se a pessoa colocar na ponta do lápis vai perceber que mesmo comprando os ingredientes para preparar uma comida elaborada dessas, você não faria”, aponta Carlos.

Nesses períodos em que as vendas caem, é preciso criatividade para atrair os clientes. Promoções e descontos para pedidos em grande quantidade são algumas das medidas adotadas pelo casal Carlos e Karen. “Como temos menos de um ano no mercado, tudo é novo. Depois desse primeiro ano, vamos ter experiência e saber quando devemos aumentar a mão de obra e quando devemos diminuir”.
O Mineiro Delivery funciona de segunda a sábado, das 10h às 14h. E tem tudo para ficar em Rio Branco.
Carlos revela que mesmo que a empresa que contratou seus serviços de engenheiro civil vá embora da cidade, ele e a família pretendem ficar na Capital e continuar a investir no estabelecimento.

Vantagem de investir no mercado delivery é o baixo custo, aponta o presidente da Abrasel

O atendimento pelo delivery é feito pelo telefone e pessoas vão entregar em casa

O sistema de delivery é muito antigo. Muitas empresas adotaram essa ferramenta como um incremento nas vendas. Trata-se de um mercado em ascensão. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Acre (Abrasel/AC), Ari Palu Júnior, esses estabelecimentos têm metade do seu faturamento devido ao sistema de delivery.

O delivery é uma operação cujo o investimento é pequeno. O atendimento, geralmente, é feito por telefone e pelas pessoas que vão entregar. “O custo cai muito com folha de funcionários, com móveis, com luz, aluguel, dentre tantas outras despesas operacionais de um imóvel. Tudo isso influencia na hora do empresário optar pelo sistema de delivery. Existem uns anún-cios de comidas no Facebook em que você não encontra um endereço real. Mesmo que você tenha o dinheiro e queira ir lá buscar para não pagar taxa de entrega, não vai ter como, porque fazem apenas esse serviço para entrega. Isso porque ele faz na cozinha da casa dele, ou em um espaço que ele arrumou na garagem. Enfim, não há uma estrutura para o atendimento presen-cial”, justifica Ari Palu Júnior.

Outra questão citada pelo presidente da Abrasel no Acre para explicar o crescimento do mercado delivery é a crise econômica. “Isso faz com que a gente não se alimente fora do lar. As pessoas estão fazendo comida em casa para economizar mais. Ou então, quando querem algo diferente acabam optando por uma escolha de delivery mais em conta. Com isso, ao invés de você sair para pagar R$ 50 em uma pizza, você pega e diz que prefere ligar em um disk-entrega, que naquele dia está R$ 25 na promoção”.

Ari Palu Júnior destaca também os aplicativos de delivery online. Ele usa como exemplo o Ifood, que é o maior do Brasil. “Eles têm mais de 500 mil pedidos em um mês. É o maior do país, se não for também da América Latina. Os estabelecimentos com delivery que se renderam a essa novidade possuem um setor de atendimento ao cliente e outro aos pedidos do aplicativo. A tendência é essa ferramenta crescer cada vez mais, pois a oferta de 3G nos celulares também tem aumentado”.

Segundo o presidente da Abrasel no Acre, Rio Branco ainda não se rendeu aos aplicativos por motivos bem específicos que a diferencia de capitais mais populosas. “Aqui não temos um trânsito muito intenso. Ou seja, é fácil se locomover pela cidade, tudo é pertinho, coisa que não podemos dizer de outras capitais. Em lugares onde tudo é longe e há muito trânsito, as pessoas buscam mais evitar sair de casa e pedir comida para entrega”.
Contudo, como tudo na vida, o delivery também tem seu lado negativo. De acordo com Ari Palu Júnior, essa desvantagem se encontra na entrega, que nunca pode falhar. Ele explica que todas as pessoas querem ser atendidas em um tempo recorde e, quando isso não acontece, acabam falando mal do local e espalhando a insatisfação. “É preciso que se entenda que há fatores que podem fazer a entrega demorar um pouco mais do que o previsto. Todo mundo quer comer das 12h às 13h”.

500 mil pedidos em um mês. O aplicativo de delivery online Ifood é o maior do país, se não for também da América Latina.

A Gazeta do Acre: