Saúde, Educação, Segurança Pública, Produção Rural. Esses serão alguns dos temas que o vereador Mamed Dankar Neto (PT) pretende debater no plenário da Câmara de Rio Branco. Em conversa com a equipe do Jornal A GAZETA, o parlamentar falou sobre seu mandato e as expectativas para 2017.
Eleito com 2.404 votos, o vereador destaca que o principal foco de sua gestão será trabalhar para o bem-estar da população. “A população acredita e confia que faremos o melhor para Rio Branco, portanto, minha expectativa é que possamos responder à altura”.
Dankar falou, ainda, sobre o aumento na tarifa de ônibus da Capital. “Muitas pessoas nos culparam pelo aumento na passagem de ônibus, como se de fato fossemos os responsáveis por todo o processo”.
Confira a entrevista:
A GAZETA: Qual a expectativa neste primeiro ano de mandato?
Mamed Dankar: Cada vereador eleito tem uma grande responsabilidade nas mãos. A população acredita e confia que faremos o melhor para Rio Branco. Portanto, minha expectativa é que possamos responder à altura, que possamos tomar as decisões mais corretas e, dessa forma, dar uma reposta positiva ao povo.
A GAZETA: Qual o seu objetivo como vereador?
Mamed Dankar: Espero que, ao final de meu mandato, possa deixar um legado para a população. Quero que se lembrem do vereador Mamed Dankar como um parlamentar atuante, responsável, comprometido com a cidade, que não se escondeu dos debates e que fez proposições relevantes para o desenvolvimento de Rio Branco.
A GAZETA: Seus projetos para este ano?
Mamed Dankar: Uma das áreas que pretendo trabalhar muito é a produção rural, em todos os aspectos. Precisamos dar uma atenção especial a esse assunto. A preocupação não se restringe apenas à produção em si, mas também ao escoamento. Precisamos de ramais com qualidade para que os produtores possam escoar tudo o que foi produzido. É uma área que já trabalho há alguns anos e pretendo continuar atuando.
A GAZETA: Como anda a questão das multas aplicadas pelo Ibama?
Mamed Dankar: Então, recentemente fui procurado por um grupo de produtores que delataram a aplicação de multas abusivas por parte do Ibama. São multas pesadas. É um assunto que deve ser analisado detalhadamente. Temos um código florestal que está mais voltado a conter o desmatamento. Os ambientalistas tiveram um olhar diferenciado nesse sentido, porém, é preciso que se leve em consideração alguns pontos. Nossa realidade é diferente da de São Paulo, por exemplo. Portanto, o olhar deveria ser diferenciado. Temos apenas 13% da nossa área desmatada. Restringir o produtor com esses números expostos chega a ser contraditório.
A GAZETA: Qual a melhor solução para o problema?
Mamed Dankar: Não sou a favor do desmate, mas também não podemos admitir uma multa excessiva. Imagine o pequeno produtor receber uma multa de R$ 200 mil cujo lote de terra é de 100 hectares. O valor da multa é maior que o lote dele. Precisamos encontrar um meio termo. Minha sugestão é que façamos um levantamento das famílias que estão nessa situação e depois adequá-las. O governo, por exemplo, possui alguns programas de reflorestamento. Acredito que seria viável que se colocasse esses produtores em alguns desses programas. Dessa forma, eles poderiam usar a terra e depois reflorestá-las. Claro que tudo deverá ser feito com um olhar cuidadoso, para não deixar ninguém infringir.
A GAZETA: O senhor sugere a realização de um Termo de Ajuste de Conduta?
Mamed Dankar: Exatamente. O TAC servirá para oferecer um tempo para que o produtor possa plantar, colher e reflorestar a sua terra, sem ter que se desfazer dela. Precisamos pensar em um modelo de assentamento que seja acessível ao produtor.
A GAZETA: O começo da atual legislatura foi bastante agitado. O senhor esperava começar seu mandato com tantos debates polêmicos?
Mamed Dankar: Pelo que se anunciava na campanha e pelas pessoas eleitas, eu sabia que teríamos bons debates. A oposição tem parlamentares articulados. A base também tem vereadores preparados. Já esperava esses debates fortes. Tivemos um bom começo.
A GAZETA: O senhor esperava uma renovação tão grande na última eleição?
Mamed Dankar: Esperava uma renovação, mas não nessa proporção. Durante a campanha ouvi muito da população que os vereadores eram ausentes. A visão que se tinha era que os parlamentares municipais não tinham proximidade com o povo. É preciso que se entenda que o vereador é o primeiro contato que a população tem com um político. É o para-choque do problema, a porta de entrada. Ouvindo isso do eleitor, já deu para ter uma noção de que a Câmara teria novos vereadores. A torcida é que tenhamos um bom mandato.
A GAZETA: Você teve 2.404 votos. Foi uma surpresa essa quantidade de votos?
Mamed Dankar: Sim. Foi uma grata surpresa, ainda mais se levarmos em consideração que estava disputando com pessoas que já possuíam um mandato. Agradeço a todos que confiaram em mim para exercer esse mandato. Tenham certeza que buscarei contribuir de forma digna e honesta para que Rio Branco possa crescer.
A GAZETA: O aumento na passagem de ônibus da Capital gerou momentos tensos na Câmara. O resultado desse debate lhe agradou?
Mamed Dankar: É fato que não temos um serviço de transporte público de qualidade. Isso é notório. Foi um debate quente e que gerou muitas críticas aos vereadores. Muitas pessoas nos culparam pelo aumento na passagem de ônibus, como se de fato fossemos os responsáveis por todo o processo. Existe um conselho tarifário que votou para que a passagem sofresse o reajuste. O que nos coube foi apreciar se aquele valor condizia com a realidade da população. Entendo a insatisfação da população, porém, não podemos nos eximir do debate. Claro que o valor que ficou ao final não nos agradou, mas diante das circunstancias que vivemos foi o que conseguimos fazer.
A GAZETA: Embora essa legislatura tenha apenas começado, alguns vereadores já declinaram para uma possível candidatura estadual ou federal. Sua opinião?
Mamed Dankar: A sociedade nos elegeu para que possamos representá-la durante quatro anos. Portanto, minha opinião é que o parlamentar deveria concluir o mandato. Não é algo, por exemplo, que passe pela minha cabeça. Vou até o fim desse mandato. Pode até ser que futuramente me candidate ao parlamento estadual ou federal, mas não o farei sem antes concluir meu mandato como vereador. Infelizmente, temos alguns vereadores que ainda não desfizeram as malas. Estão de olho nas vagas da Aleac daqui a dois anos. Não os condeno, porém, também não acho que é a decisão mais acertada.