Não há nada a comemorar com a divulgação dessa extensa lista de políticos envolvidos em supostas acusações de corrupção ou outras malversações; só a lamentar, porque aprofundará ainda mais a crise econômica, política e institucional em que o país está mergulhado e tem custado caro à sociedade brasileira.
A julgar pelo que foi divulgado, o problema atinge em primeiro lugar o Governo com a inclusão de nada menos do que nove ministros e o próprio presidente da República, embora este último não possa ser investigado. O que significa que, se já não tinha legitimidade por ter sido imposto por um golpe parlamentar, a credibilidade desse Governo acaba de vez.
Contudo, é preciso distinguir quem é quem nesta relação de políticos, considerando ter sido feita com base apenas nas chamadas delações premiadas de executivos de uma empresa que foram presos pela decantada Operação Lava Jato. Como alguns juristas e até ministros do STF já alertaram, é preciso ter o devido cuidado com essas delações.
É o caso, por exemplo, do governador Tião Viana e seu irmão, o senador Jorge Viana, que aparecem na lista e, segundo eles, jamais tiveram qualquer contato com os executivos delatores dessa empresa. Como o próprio governador afirmou trata-se, portanto, de “uma canalhice” que será desmascarada ao longo do processo.