* “Não renunciarei, repito, não renunciarei”.
*TEMER, Michel, Maio de 2017.
*E depois da barrigada do Noblat, essa foi a frase do dia de ontem, em Brasília, após o terremoto de grau máximo na escala Richter, que abalou as estruturas do país.
*Não renunciou por motivos óbvios:
*Para não perder o foro privilegiado e para não ser preso.
*Mas não porque ainda exista quaisquer condição de governabilidade e, tampouco, de recuperar a credibilidade política (que, desde o impeachment de Dilma, pouco existiu).
*Como disse um dos impagáveis memes que circularam, ontem, pela internet:
* “Cunha chamou de pequenas causas a delação da Odebrecht se comparada com a da JBS”.
*E o mais desesperador é saber que coisa pior ainda está por vir.
*De todos os lados.
*Situação, oposição; direita, esquerda…
* (Se é que ainda existe alguma diferença entre eles).
*Afinal, estão todos simbioticamente misturados e imersos num sistema visceralmente corrompido e falido.
*Enfim…
*Por aqui, os escândalos envolvendo o presidente da República e o senador tucano Aécio Neves renderam as mais variadas (e esperadas) reações.
*Senadores Sérgio Petecão, Gladson Cameli e o deputado Flaviano Melo foram, logo cedo, prestar solidariedade ao presidente…
*Deputado Major Rocha fez que nem conhecia o homem e foi logo pedindo “eleições gerais”.
*Tsc, tsc, tsc.
*E o governador Tião Viana, bem ao seu estilo passional, lançou, durante o dia, a coletânea de desabafos e “indiretas do mal”.
* “Quem com ferro fere com ferro será ferido”;
* “E esses covardes deram o golpe e caluniando o Lula”;
* “Temer está sendo aconselhado pela Globo a ver o filme sem saída”.
*Estamos sarcásticos e vingativos, hein, governador?
*Ririri.
*Do senador Jorge Viana, veio uma manifestação mais comedida, quase solidária até.
* “Nosso Brasil vive um caos institucional, que traz muita insegurança para todos”, ponderou ele.
*E mais à frente:
* “Sempre falei que as coisas ainda iriam piorar muito, antes de melhorar. Tomara que estejamos chegando na hora da melhora!”.
*No Congresso Nacional, o senador propôs a estruturação de um “Conselho da República”, colegiado previsto na Constituição para momentos de crise.
*E defendeu:
* “Não é hora de acerto de contas, mas de emprestar ao país o que temos de melhor”.
*Faz sentido.
*A verdade é que, ideologias políticas e partidárias à parte…
*A queda de mais um governo no Brasil, em menos de três anos, não representa nenhum motivo para se comemorar.
*E, diante disso, as consequências para as crises institucional e econômica são imprevisíveis.