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Em depoimento ao juiz Moro, ex-presidente Lula reafirma ser vítima de perseguição política

 O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva prestou depoimento ontem, 10, ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato na 1ª instância. Este foi o primeiro depoimento de Lula na presença de Moro e na condição de réu, e teve duração de mais de cinco horas.

Um forte esquema de segurança, com bloqueio de ruas e dezenas de policiais, foi montado para receber o ex-presidente. A Justiça do Paraná proibiu acampamentos na cidade e também restringiu a circulação de carros e pedestres na região do entorno do prédio.

O ex-presidente é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propina da empreiteira OAS. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a OAS além de destinar um apartamento triplex, em Guarujá/SP, ao ex-presidente, proporcionou também reforma no local. Em outra denúncia, o MPF pontua que a OAS teria pagado a guarda de bens de Lula em um depósito da transportadora Granero.

A defesa do ex-presidente nega as acusações. “A família do ex-presidente nunca recebeu as chaves nem ocupou o tríplex. Marisa Letícia havia comprado a partir de 2005 cotas de um apartamento no prédio, à época sob responsabilidade da cooperativa Bancoop, e desistiu do negócio antes de tomar a posse, depois que a OAS incorporou o condomínio. Lula só esteve uma vez no local e não concretizou a aquisição do apartamento”, disse um dos advogados.

Depoimento

Primeiro, Moro abriu os trabalhos e fez os questionamentos ao réu. Depois, foi à vez de o MPF (Ministério Público Federal) manifestar-se e fazer perguntas. Após a acusação, foi à vez dos advogados dos réus – além de Lula, há mais cinco denunciados no caso. Por fim, falou o ex-presidente Lula.

Ao longo do depoimento, o ex-presidente, além de negar as acusações, pontuou também que estava sendo vítima de perseguição política. “Estou sendo vitima da maior cassada a um político na história desse país. Quando fui eleito tinha um compromisso de fé e a consciência de que não poderia errar com o meu país e assim o fiz”.

Fase final

Com o depoimento, o processo chega à sua reta final e, dessa forma, o MPF e as defesas poderão pedir as últimas diligências. Caso isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as partes apresentem as alegações finais. Em seguida, os autos voltam para Moro, que vai definir a sentença, podendo condenar ou absolver os réus. Não há prazo para que a sentença seja publicada.

Parlamentares acreanos prestam apoio ao ex-presidente

Ao longo da quarta-feira, 10, políticos acreanos declararam apoio ao ex-presidente Lula. O deputado federal Leo de Brito (PT) que compareceu a Curitiba para participar da manifestação a favor de Lula, disse que o ex-presidente estava sendo ‘perseguido’ e disse que ele seria favorito para vencer a eleição presidencial no próximo ano.

“A presença massiva do povo na rua é uma demonstração clara de que o povo acordou diante da gravidade da perseguição ao ex-presidente Lula. A posição parcial do MPF e do juiz Moro, o festival de arbitrariedades cometidas e a absoluta falta de provas contra Lula no processo, alimentados pelo massacre midiático, fizeram o povo se levantar diante da injustiça. A solidariedade do povo e a evidência de sua inocência fizeram de Lula favorito pra eleição presidencial do ano que vem”.

O governador Tião Viana e o senador Jorge Viana, ambos do Partido dos Trabalhadores, também marcaram presença na manifestação a favor de Lula, em Curitiba, Paraná. Tião Viana, momentos antes de iniciar o depoimento do ex-presidente, publicou um no Facebook ao lado de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff. “Firmes com Lula!”, escreveu Tião Viana ao comentar a postagem.

 

 

 

A Gazeta do Acre: