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Justificando reunião com dono da JBS, Temer cita operação da PF que ainda não tinha ocorrido

 Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada na segunda-feira, 22, o presidente Michel Temer (PMDB) negou que soubesse que o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, estivesse sendo investigado. Ele destacou ainda que o motivo para ter recebido o empresário após as 22h no dia sete de março, no Palácio do Jaburu, em Brasília, foi para tratar sobre a Operação Carne Fraca.

“Mas veja bem. Ele é um grande empresário. Quanto tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da Carne Fraca. Eu disse: “Venha quando for possível, eu atendo todo mundo”, disse Temer na entrevista.

A justificativa seria plausível a não ser pelo fato de a Operação ter sido deflagrada apenas dez dias depois da reunião entre Temer e Batista. Após repercussão, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que o presidente Temer se equivocou ao dizer que foi procurado pelo empresário para falar sobre a Operação Carne Fraca. “O presidente se equivocou, se confundiu”, afirmou a assessoria.

Ao ser questionado sobre se afastar voluntariamente do cargo, o presidente afirma que não pretende fazê-lo. “Não vou fazer isso, tanto mais já contestei muito acentuadamente a gravação espetaculosa”, disse ao negar um trecho da gravação na qual permite a suposta compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB).

“O Eduardo Cunha lançou uma carta em que diz que jamais pediu dinheiro a ele, Joesley, e muito menos a mim. Como eu poderia comprar o silêncio, se naquele processo em Curitiba, fez 42 perguntas, 21 tentando me incriminar?”.

Quando perguntado sobre qual seria sua culpa, Temer diz que foi a ingenuidade. “Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento.” Ele voltou a criticar a forma como foi gravado e como os irmãos Joesley e Wesley Batista tiveram um tratamento diferente de outros investigados.

“Ele não teve uma informação privilegiada, ele produziu uma informação privilegiada. Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda.” (Com informações Folha de S. Paulo)

A Gazeta do Acre: