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Pinturas feitas por pessoas com transtorno mental viram estampas de canecas e camisas

 Durante as oficinas do projeto Arte de Ser, que trabalha com a reintegração social de portadores de transtorno mental, as pinturas feitas pelos frequentadores viram estampas para camisas, canecas e até quadros decorativos. Os preços variam de acordo com o produto.

O Arte de Ser existe desde 2009, mas somente ano passado se tornou um centro de convivência que atende pessoas com ou sem transtorno mental. O projeto, que tem mais de 30 colaboradores de diversas áreas, utiliza a expressão artística como elemento libertador e transformador do indivíduo.

O coordenador do projeto, o psicólogo Fabiano Guimarães, explica que as atividades do centro contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos participantes.

“A pessoa que tem um transtorno mental grave muitas vezes fica isolada. Têm poucas pessoas com paciência para estar junto. Ter um espaço para conviver com outras pessoas ajuda muito essas pessoas que estão excluídas ou reclusas. Esse é um espaço que você pode falar tudo que você está passando de maneira artística e sem pressão”.

Guimarães conta que as pessoas sem transtorno mental que frequentam o centro, muitas vezes, têm dificuldades de se expressar, sobretudo através de manifestações artísticas. Por isso, as oficinas de música, pintura, leitura, dança, as encorajam a superar seus medos.

Os encontros acontecem todas as quartas-feiras, no Parque Capitão Ciríaco, reunindo crianças, jovens, adultos e idosos. Quem tiver interesse nos produtos podem ir até o local, ou encomendar por meio do telefone (68) 99229-5889.

“Quando eu estou aqui estou feliz”, diz a aposentada

Natural de Santa Maria/RS, Maria Deloci Camargo, 60 anos, é uma das beneficiadas pelo projeto. Ela mora há três anos na capital acreana e há um ano frequenta as atividades do centro. Camargo foi diagnosticada com depressão após perder uma filha, desde então faz tratamento psicológico.

A aposentada participa das atividades semanalmente. Para ela, se reunir com os participantes do projeto é a melhor parte da semana. “Quando eu estou aqui estou feliz, estou ocupada pintando. Quando não posso vir fico impaciente, não consigo dormir, sinto falta”.

Fotos-BRUNA MELLO/A GAZETA

 

A Gazeta do Acre: