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O fim do populismo!

Na última eleição de escolhas de prefeitos e vereadores nas grandes cidades e pequenos municípios do Brasil, teve um candidato a prefeito que detinha uns poucos segundos na televisão. Fez uso das plataformas de grupos de “whatsaap” e redes sociais diversas. Ganhou a eleição! Não sei se está fazendo um bom ou mau mandato, mas foi eleito através destes mecanismos de informações instantâneos. Em outras palavras: A comunicação, para quem não sabe, mudou! Tempo de televisão, em campanhas eleitorais à luz do olhar dos eleitores, notadamente dos jovens, não passa de chateação e bla bla bla!

Aliás, numa de suas últimas entrevistas, o filósofo e semiólogo Umberto Eco (1932-2016) disse que, se por ocasião da Segunda Guerra Mundial, já existissem os recursos da internet com seus aplicativos imediatos e universais, como temos hoje, Hitler não teria exterminado, nos campos de concentração nazista, milhares de judeus.

Neste novo contexto social, quer queiramos admitir, ou não, sistemas POPULISTAS, isto é: política fundada no aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, com suas pedagogias da promessa, forjadas durante décadas nas entranhas de partidos populistas e seus “salvadores da pátria” do gênero “Sassá Mutema”, tendem a desaparecer.

O Brasil é um exemplo real desse populismo irresponsável. São milhares de cargos comissionados, só para falar de um item, produto duma fenomenal cultura de rebanho, que se faz presente em quase todos os segmentos do setor público, tornando a máquina estatal pesadíssima e ineficaz. Os fatos e as pesquisas, com suas estatísticas, estão aí mesmo para comprovar o que digo. Infelizmente, o homem comum não sabe que essa “doutrinação populista” além de representar uma mentira coletiva mais ou menos involuntária, com seus erros e distorções, serve para alcunhar e divulgar idéias políticas, religiosas, jurídicas, filosóficas, criações artística, econômicas e, até, algumas de cunho ético. Digo, sem medo de errar, pelo prisma acadêmico, que essa política populista, instrumento de ação que só vale se produz efeitos práticos, do tipo “é dando que se recebe”, hoje, só encontra guarida em regiões de total desinformação. Se é que isso é possível no mundo atual.

Entendo que, dada a globalização instantânea dos meios de comunicação, no Brasil ou em qualquer mundo possível, apesar da euforia de muitos ativistas políticos, este modelo de “política populista” tende a fracassar por dois aspectos:

Primeiro, porque os partidos políticos brasileiros, de maneira especial os nanicos, possuem donos. São instituições particulares, cujos líderes optam, deliberadamente, por fazer alianças, ao mesmo tempo, com Deus e o Diabo!

Segundo, porque, essa mesma “liderança” se desviou do foco central da missão política e social das “propostas partidárias”. Entre outras palavras, oferece a “grei” como barganha para auferir vantagens pessoais. É a política do “é dando que se recebe!” citada acima.

A propósito, se perguntarmos aos senhores “políticos” porque estão na política, a maioria não saberá responder. Ainda assim, sem saber por que, querem as “benesses” dos cargos públicos ou políticos. Por quê? Não sabem! É o triunfo do pragmatismo, no seu lado mais cruel.

Na minha ótica estrábica, acabou o POPULISMO e a sua famigerada pedagogia da promessa. Daqui para frente, os que insistirem com suas falácias, próprias para enganar, cairão em desgraça, notadamente nas redes sociais.

Fica, essa a ponderação para os políticos de carteirinha, pregoeiros do “populismo”. Uns e outros, que produzem propostas para imbecilizar, e que oferecem o céu sem falar da cruz do cotidiano!

Francisco Assis dos Santos, Gestor em Educação Superior e Humanista. E-mail: assisprof@yahoo.com.br

A Gazeta do Acre: