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Concurseiros concordam com lei que inclui questões regionais em provas no Acre

 

A partir de agora as bancas examinadoras responsáveis por concursos públicos estaduais e municipais aplicados no Acre são obrigadas a incluir questões específicas sobre conhecimentos regionais. A Lei nº 3.283 foi sancionada pelo governador Tião Viana na segunda-feira, 21.

Segundo a nova legislação, as provas devem conter questões sobre a realidade étnica, social, geográfica, cultural, política e econômica do Acre. A quantidade de perguntas fica a critério da comissão organizadora do concurso. Porém, é necessário que haja proporcionalidade entre as questões, segundo o texto. Fica proibida a realização de concurso em desacordo com a lei.

“Será nula a etapa do concurso ou o concurso que contrariar qualquer dispositivo constante desta lei, quando insanável a irregularidade”, arregimenta o texto.

A lei repercutiu entre os ‘concurseiros de plantão’. A reportagem do Jornal A GAZETA conversou com algumas pessoas que estudam para concursos de diversas áreas e constatou que a grande maioria concorda com a nova legislação.

O servidor público e concurseiro Márcio Costa, 33 anos, explica que essa é uma prática comum em outras regiões do país. Para ele, a nova lei irá possibilitar maior conhecimento da realidade acreana. “O povo vem ser servidor aqui, mas nem precisa conhecer a realidade. Para alguém ser servidor em outro Estado, tem que se matar de estudar a história de lá”.

Natural de Santo André/SP, a educadora física Karol Sanches, 27 anos, participou do concurso para Polícia Civil do Acre, realizado no dia 9 de maio, e percebeu a ausência de questões específicas regionais.

“Quem é daqui já teria uma vantagem sobre as pessoas que vêm de fora, pois uma das matérias que mais nos trazem benefícios é ela. Não sou daqui, mas tenho um conhecimento bem amplo sobre a região”.

Segundo a estudante Nathália Nasserala, 28 anos, a legislação possui um lado positivo porque diminui a concorrência com pessoas de outros estados. Em contrapartida, aumenta o conteúdo a ser estudado.

“Analisando pela quantidade de matéria a ser estudada, temos um aumento significativo no tempo de estudo. Mas não vejo como uma problemática pra nós, concurseiros. Prefiro enxergar pelo lado bom, ou seja, a queda da concorrência”, explicou.

A Gazeta do Acre: