X

Nomes de Jorge Viana e Tião Viana são retirados da lista de investigados da Lava Jato

 

O senador Jorge Viana (PT-AC), de passagem pelo Jornal A GAZETA, na tarde de segunda-feira, 14, confirmou que o nome dele e de seu irmão, o governador Tião Viana (PT), foram retirados da lista de investigados da Lava Jato.

O senador pontuou que a iniciativa partiu da Procuradoria-Geral da República, tendo parecer favorável do ministro Edson Fachin, relator do inquérito. Segundo Viana, a PGR alegou ausência de conexão ou continência com as investigações da Operação Lava Jato.

“A PGR, juntamente com o Ministério Público Federal, pediu para tirar nosso nome da investigação sob a justificativa de que o caso está vinculado à Justiça Eleitoral, ou seja, não tem conexão com a investigação primária que seria a Operação Lava jato. O relator aceitou e mandou para a presidente do STF, que acatou e determinou a redistribuição do inquérito.”

Na decisão, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), pontua que “as razões apresentadas pelo MPF e pelo ministro relator conduzem à conclusão de que, sem conexão ou continência a justificar a aplicação do disposto no art. 69 do Regimento do STF, não há de se manter a relatoria atribuída por prevenção”.

A ministra reforça que “a finalidade dos institutos é racionalizar a apuração dos fatos, facilitar a colheita de provas e seu exame, evitar decisões contraditórias e permitir a análise do processo com maior amplitude e celeridade”.

Jorge Viana disse que agora ele e o irmão terão que prestar esclarecimentos à Justiça Eleitoral. Os autos foram redistribuídos ao ministro Gilmar Mendes. “Agora, nós temos que esclarecer o pedido de ajuda financeira, se a gente recebeu ou se não recebeu o dinheiro, mas com base no artigo 350, da Justiça Eleitoral”, frisou.

O senador comemorou a determinação. “Eu me sentiria muito incomodado em entrar num processo eleitoral e ser cobrado por essa questão de Lava Jato, corrupção e distribuição de propinas. Quem está na vida pública tem que dar satisfação. Este é um peso que a gente tira das costas. É importante poder dizer que não estamos dentro dessa confusão do esquema da Petrobras”, frisou.

Entenda o caso

O senador Jorge Viana e o governador Tião Viana, ambos do PT, estavam sendo investigados na Operação Lava Jato devido às delações de Hilberto Mascarenhas e Marcelo Odebrecht, ex-executivos da Odebrecht. Os delatores afirmaram que repassaram R$ 2 milhões ao senador Jorge Viana, em recursos que seriam usados na campanha de seu irmão, e que apenas R$ 500 mil seriam doação oficial. Os ex-executivos da Odebrecht informaram ainda que o valor foi descontado da cota global do Partido dos Trabalhadores (PT).

Política nacional

O senador comentou também sobre a política nacional. Na ocasião, ele voltou a lamentar o arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer. Segundo ele, foi uma vitória do fisiologismo e da política que envergonha e prejudica o Brasil.

“O governo, que já estava na UTI, agora passou a ser entubado. Quanto vai custar a próxima votação? Qual é o custo para o brasileiro, para esse país, para esse pobre Brasil quando o Temer precisar de voto de novo?”, disse ao questionar o posicionamento da população.

Na opinião do senador, “os grandes derrotados com o arquivamento foram os brasileiros, que permaneceram num silêncio ensurdecedor, mas abatido, não cúmplice; da Lava Jato e dos que querem lutar contra a corrupção no país; da imprensa, que há tempos denuncia e combate a corrupção e, principalmente, da honestidade, da ética e da boa política”.

Ele defende “a união de todos numa tentativa de reconstruir o país, de buscar pacificação, diálogo e reconquista do respeito dos cidadãos pela classe política”.

Acre

Quando questionado sobre a sucessão estadual, Jorge voltou a destacar que o método adotado pelo governador Tião Viana, ao apresentar quatro pré-candidaturas, tem surtido efeito positivo.

“O governador Tião Viana sugeriu esse método e acho que o resultado está sendo bom. Temos quatro nomes postos e todos eles são bastante capacitados. Temos realizados reuniões seminários, encontros. A mais recente foi no Alto Acre e foi muito positiva. Não é pré-campanha, apenas uma discussão prévia para a sociedade ver que temos nomes e propostas. Em setembro teremos uma definição do nome”, disse.

FOTO /MARCELA JANSEN/ A GAZETA
A Gazeta do Acre: