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É preciso dizer mais?

A rigor, não há nenhuma grande novidade na entrevista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, porque já se sabia que alguns ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) deram demonstrações, ou por declarações ou mesmo por atitudes, de sua parcialidade ao longo desse processo doloroso e vergonhoso da crise institucional e política que atravessa o país.

A começar pelo processo do impeachment ou do golpe parlamentar, durante o qual os magistrados da Suprema Corte do país se omitiram ou se acovardaram, permitindo que um Congresso corruto, com as devidas exceções, rompesse com a ordem institucional e rasgasse a Constituição.

A partir daí, tudo desandou e o país chegou a essa situação deprimente, vergonhosa, na qual o presidente da República, imposto pelo golpe, está envolvido em todo tipo de corrupção a ponto de ser chamado por um dos delatores de “ladrão geral da República” ou “líder da quadrilha mais perigosa do Brasil”.

Aliás, ontem mesmo, mais do que a entrevista do procurador, a sociedade brasileira ficou chocada, estarrecida, ao assistir a descoberta pela Polícia Federal de malas e caixas repletas de dinheiro num esconderijo de um ex-ministro e amigo desse mesmo presidente. É preciso dizer mais alguma coisa?

A Gazeta do Acre: