O texto de hoje é para falar sobre um exercício muito interessante. Se você sente que é um ser convicto em suas ideias, de opiniões quase que imutáveis, socialmente liberal, sem nenhum tipo de preconceito ou discriminação para com o próximo, além de dotado de uma identidade individual 100% definida (sabe aquela que não deixa em aberto nem “aquele 1%”) bem, então pode parar de ler por aqui. Certamente essas próximas linhas não são pra você. Não vão mudar nada em sua vida.
Mas se você prefere ser aquela “metamorfose ambulante” cantada por Raul Seixas, sempre maleável e pronto para se inovar, aí vai um truque muito útil para a sua evolução pessoal. É de graça e ainda pode render resultados benéficos inesperados.
Beleza, a ideia do desafio é se colocar no lugar do outro. Hã? Só isso? Esse é o grande segredo mágico, capaz de mudar os rumos da minha existência para sempre? Sim. Simples assim!
Sei que você esperava mais, leitor. Mas a verdade é que as grandes mudanças que fazemos em nós mesmos não vem de mirabolantes planos e estratégias. Elas vem das nossas mais simples experiências de vida. As mais corriqueiras. E muitas vezes, devido aos princípios e concepções mais arraigados em nosso ser, editamos o que extrair de nossas vivências.
O grande desafio de se colocar no lugar do próximo não é só pensar “sou o outro, pronto. Agora posso ser uma pessoa melhor”. Não. O exercício é pegar aquele estilo de vida que lhe pareça mais diferentão, aquele que você menos consegue conceber como o “padrão certo” e tentar vivenciá-lo. Desta forma, chegamos a ideia central desse desafio, que é não só se por no lugar do próximo, mas sim pensar exatamente como ele.
Por exemplo, se você é adepto de uma religião e acha outra bem alternativa a sua, vá a um culto/missa/sessão da outra, ou conviva com adeptos a ela. Não que você vá se converter, e também não quer dizer que você esteja traindo sua fé. É só conhecer mais uma coisa antes de julgá-la tanto. Quebrar as barreiras da sua insignificância.
O que torna o mundo perfeito é a disformidade das pessoas. Perante leis, devemos ser iguais. Entretanto, em nossa essência, somos diferentes, singulares. É toda essa autenticidade merece nosso respeito.
“O que torna o mundo perfeito é a disformidade das pessoas. Perante leis, devemos ser iguais. Entretanto, em nossa essência, somos diferentes”.