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Na Aleac, deputados da situação e oposição divergem sobre Operação Midas

A prisão do ex-diretor da Emurb, Jackson Marinheiro, foi o principal tema de debate da Assembleia Legislativa do Acre na manhã de terça-feira, 5. Deputados da situação e oposição divergiram acerca da inocência do gestor, bem como da lista de seu patrimônio pessoal, divulgado por um site local na última segunda-feira.

O líder do governo na Aleac, deputado Daniel Zen (PT), reiterou sob a importância de não se fazer nenhum julgamento antecipado. “O princípio da presunção da inocência deve ser respeitado. O que se tem agora é uma investigação que está em curso. Que aguardemos a tramitação do processo legal. Que os fatos sejam esclarecidos”, disse.

E mais: “Que aguardemos as investigações, que confiemos no trabalho das instituições de Justiça, que fazem um trabalho muito sério, diferente de alguns poucos órgãos de investigação no Brasil que costumam fazer pré-julgamentos e linchamentos morais”.

O líder do PT na Casa, Lourival Marques, na mesma linha de raciocínio de Zen, lembrou que durante a Operação G7, deflagrada pela Polícia Federal, na qual apurou fraudes em licitações de obras públicas no Acre, os supostos envolvidos foram “massacrados” pela mídia, porém, ao final, foram inocentados.

“Já tivemos casos em que pessoas foram condenadas antecipadamente pela sociedade e, mais tarde, inocentadas pela Justiça. Portanto, é preciso esperar a conclusão das investigações da Polícia Civil e do Ministério Público para que os culpados sejam apontados, evitando o pré-julgamento dos acusados e do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre”.

O oposicionista Gehlen Diniz (PP) pontuou sobre o possível envolvimento de políticos no esquema da Emurb. “Vamos aguardar que apareça o comandante deste navio da Emurb, porque com certeza não é o Marinheiro. Não estou aqui condenando ninguém antecipadamente. Linchamento moral, ninguém merece. Temos que aguardar o julgamento da Justiça. Vamos esperar que o homem faça uma delação premiada e o Marinheiro apresente o comandante”, disse.

Por fim, o deputado Eber Machado (PSDC) pediu cautela aos colegas de parlamento para não denegrirem a imagens dos envolvidos até que se tenham uma resposta da Justiça. “A morte moral é algo muito grave. A condenação antecipada não deve acontecer. Não estou aqui defendendo A ou B, quem tiver errado vai se entender é com a Justiça. A lei está aí para ser cumprida. Mas, nós temos que tomar cuidado com o que falamos nesta tribuna. Essas pessoas têm família, têm filhos e quando ocorre a morte moral não tem como voltar atrás”, disse.

 

 

A Gazeta do Acre: