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Crianças e a cultura pornográfica

48 horas após o Dia das Crianças quando, induzidos por um mercado malvado e ávido por lucro, o mundo “festeja” a criançada, faço uma breve ponderação temática conjugando um problema que vitima crianças, aqui e acolá. As crianças sejam as do Acre ou da Cochinchina, estão sendo bombardeadas pela cultura pornográfica. É inegável que as mentes e os pensamentos juvenis estão permeados pela libidinagem.
Essa cultura pornográfica, sem retorno, infelizmente chegou e alcançou pesadamente as crianças do mundo inteiro. Faço uso, novamente, da tal pesquisa que diz que 70% das crianças, com idade de 8 a 16 anos acessam a internet, por baixo, três vezes por dia. Na verdade, tenho que reconhecer, são inegáveis os benefícios dessa ferramenta no desenvolvimento educacional e cultural das crianças, adolescentes e jovens. Contudo, a “coisa” avança perigosamente e, simplesmente, dizer ou pedir que os pais e educadores fiquem de olho aberto, é pouco. Ficar de olhos bem abertos é pouco mesmo, pois tudo que se diz sobre os devidos cuidados com o uso da internet, na ótica dos propagadores dessa cultura pornográfica, é falso moralismo. “Santa” ingenuidade para os padrões morais de nossa época. Mas, no meu olhar “estrábico”, são ainda necessários.
Felizmente, há muitos que pensam como eu. Veja, por exemplo, um editorial dum jornal famoso, sobre esta questão: “Deixar que as crianças naveguem livremente, sem orientação de um adulto, pode ser perigoso à medida que a web é freqüentemente usada por pessoas mal intencionadas. Os pais podem indicar para os filhos os portais seguros, ativar filtros de controle de conteúdo e colocar limites para a exposição das crianças a todo tipo de mídia, incluindo games e televisão.” O editorial, de forma conservadora, apela para duas instituições, ainda, necessárias aos bons costumes: Família e escola!
Creio definitivamente que as instituições, família e escola, somadas a igreja, são as principais formadoras da boa consciência, e como tal devem assumir posturas mais crítica e incisiva; fazer um exame mais detido face ao que nos é oferecido, no campo da cultura pornográfica. Em outras palavras: Não engolir tudo o que a mídia oferece, sem antes refletir seriamente sobre o assunto, uma vez que no campo da cultura pornográfica a coisa se tornou vulgar, duma fetidez que chega ao ponto de “embrulhar” o estomago. Náuseas mesmo!
Mesmo sendo do conhecimento de todos, uma vez que vivemos no mundo da esperteza, não devemos esquecer que a cultura da pornografia é patrocinada por alguns empresários ávidos por vender seus produtos inventivos para todo os gostos, sobre tudo no campo das fantasias sexuais. Com tantas “invenções” repetidas incansavelmente, está claro que criança e, por extensão, a juventude irá procurar viver assim. Os danos são sem medidas, para nossas crianças, pois o que mais se ver nos dias atuais são meninas (crianças) iniciando a vida sexual a partir dos 12 anos. O escândalo é tamanho que homens pedófilos, numa auto defesa indefensável, dizem ter casos com menores.

A situação exige, sem estardalhaços, que voltemos a semear bons propósitos nos corações das crianças, uma vez que a safra de miséria, que estamos colhendo agora é o resultado da semeadura, no curso dos últimos decênios, de que a moralidade é relativa.

A Gazeta do Acre: