Querido(a) leitor(a) do Jornal A GAZETA, Paz e Bem! Mais uma vez estamos aqui no nosso artigo quinzenal e trazer uma breve reflexão do tempo atual, dentro de uma visão e carisma franciscano. E já gostaria de iniciar dizendo como é assustador pensar no tamanho do buraco em que nossa sociedade se meteu. As famílias estão cada vez mais estranhas. Pais e mães (quando existem) terceirizam seus filhos com as escolas, que por sua vez, lhes ensinam a ser contra a família. Nossos jovens falam em empreendedorismo, mas crescem sonhando em depender cada vez mais do Estado. Falamos sempre em boas intenções e boas ações, mas parecem que elas apenas visam consertar o estrago que nossos valores deturpados provocam. Qual a solução para tudo isso? Aposto que muitos dirão “Guerra Cultural”, pois acho que é hora de propor uma nova guerra: a “Guerra Espiritual”. Precisamos de mais santos e menos Templários de Facebook.
É importante dizer que combater a cultura que nos vendem hoje é importante. Mas é como enxugar gelo. As coisas vão realmente mudar, quando o coração do homem (sua razão e afeição) forem tocados. E só existe realmente uma coisa que muda o coração do homem: o encontro com Cristo.
Mas qual a melhor maneira de fazer isso? Vivendo a SANTIDADE.
Já falamos isso, mas vamos repetir: a santidade não é um prêmio post-mortem para os católicos que foram bonzinhos em vida. A Santidade é um serviço URGENTE para a Igreja de Cristo! E só através dela será realmente possível mudar qualquer coisa na nossa sociedade.
Se você acessou nosso site recentemente, viu que estamos divulgando o livro “Quem sou eu para Julgar” da Editora LeYa, com textos e homilias do Papa Francisco. Lendo o livro, nos deparamos com esse belíssimo discurso:
“Não é, pois, com a clava do juízo que conseguiremos reconduzir a ovelha perdida ao redil, mas com a santidade de vida que é princípio de renovação e reforma na Igreja. A santidade nutre-se de amor e sabe suportar o peso de quem é mais frágil. Um missionário da misericórdia carrega o pecador sobre os próprios ombros e consola-o com a força da compaixão. E o pecador que o procura, a pessoa que vai até ele, encontra um pai.” Papa Francisco em discurso aos Missionários da Misericórdia (9 de fevereiro de 2016)
É perfeito! Não é com a clava do juízo que se luta pelo coração do homem! É com a santidade que se mostra o rosto do Senhor!
Quanto tempo perdemos hoje em brigas de Facebook? Quanto foi realmente efetivo espezinhar aquele seu amigo no comentário dele sobre qualquer assunto envolvendo política? Quantas almas foram salvas postando “sou de direita ou esquerda mesmo e quem não concordar pode me excluir”?
O ponto não é excluir alguém ou não… nem tampouco, responder ou não uma postagem na sua timeline. O ponto é: o quanto estamos nos dedicando realmente à humanidade de quem está diante de nós na vida real? O quanto estamos nós mesmos dedicando nosso tempo às coisas santas? Quantos sacrifícios eu ofereci como penitência ao Senhor para que convertesse a mim, a minha família, aos meus amigos e àqueles que escrevem besteiras no Facebook? Quantas orações ofereci por eles?
Gastei tempo para escutar os argumentos alheios e estuda-los para pacientemente refutá-los com toda a misericórdia possível? Ou simplesmente bloqueei o sujeito ou deixei ele pra lá carimbando ele como “esquerda”, “herege”, “jujuba” (ta bom… esse fomos nós que inventamos) ou qualquer outra coisa? Aliás, se estas pessoas estão realmente tão desencaminhadas, por que não oferecer tempo, sacrifício e orações por elas? Cuidar de alguém é envolver-se com ele, interessar-se pelo seu bem-estar, é sentir-se corresponsável do destino dele. Por isso, tudo o que amamos também cuidamos e tudo o que cuidamos também amamos.
Pense seriamente, responda às perguntas acima com toda a honestidade possível e converse com seu diretor espiritual. Se não tiver um… arrume! Mas na vida real, ok?
A Igreja de Cristo precisa de Santos Discípulos e Missionários, e não de Templários de Facebook!
Sejamos Santo! Paz e Bem!
Adaptação conforme site: www.ocatequista.com.br
Interino do Frei Paulo Roberto – OFM Cap.
Narciso Cândido L. Neto – Coordenador do Núcleo em Formação da
Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS. Encontro todo 4º domingo do mês na Paróquia Santa Inês, às 7h.