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Não foi por lucro

“Inaceitável” sob todos os aspectos essa decisão tomada pela Diocese de Rio Branco de suspender a realização de cirurgias cardíacas e alguns exames, sob o pretexto de que o Governo do Estado estaria em débito com sua contrapartida financeira na execução desses procedimentos cirúrgicos.
Como alertou o secretário e Saúde, Gemil Júnior, com esta decisão vidas humanas estarão em perigo, considerando principalmente que, segundo nota expedida pela Diocese, trata-se de uma medida tomada por prazo indeterminado.
Sobre a alegação de o Governo do Estado não estaria dando a sua contrapartida, o secretário também afirmou não ser verdade, pois a Diocese estaria recebendo regularmente, sem atrasos, recursos do Governo Federal.
É evidente que se deve ouvir o outro lado, mas a princípio, por se tratar de vidas humanas em questão, não se pode aceitar que uma Igreja, uma Diocese, um Conselho Presbiterial tomem tal atitude, visando apenas o lucro, já que o impasse teria surgido por questões de produtividade.
No caso da Diocese de Rio Branco, por onde passaram bispos como Dom Moacyr Grechi e outros religiosos que deram suas vidas pelos pobres, pega mal, muito mal tal decisão. Não foi por lucro, que padres como Heitor Turrini construíram o hospital com doações obtidas na Itália e mesmo aqui no Brasil. Pelo sim, pelo não, espera-se que prevaleça o bom senso e se retome o diálogo.

A Gazeta do Acre: