A palavra ‘revolução’ tem sido banalizada nesta era de grandes transformações, mas, no caso das chamadas startups, ela me parece totalmente aplicável. Com seus inovadores modelos de negócios, frequentemente desenvolvidos por meio de tecnologia moderna, essas empresas emergentes estão provocando mudanças profundas (e positivas) no mundo contemporâneo, e nos mais diversos segmentos.
Entretanto, se a sociedade de forma geral tem saudado esse fenômeno com o devido entusiasmo, como têm reagido as grandes companhias? Depende do grau de falta de humildade de cada uma delas. Explico: algumas organizações, por mais incrível que isso pareça, ainda não se deram conta de que, nos dias de hoje, inovação (a matéria-prima das startups) é sinônimo de sobrevivência e, na ilusão da autossuficiência, evitam repensar seu modus operandi.
Por outro lado, muitas empresas foram rápidas em enxergar as startups não como ameaça, mas, sim, como potenciais parceiras de aprimoramento, e assumiram um papel de aceleradoras ou incubadoras desse tipo de negócio. Para as startups, a sinergia também é vantajosa, trazendo aporte de recursos e inserção numa rede de relacionamento consolidada.
Um nicho especialmente bem-sucedido no universo das startups é o das chamadas fintechs, ou seja, empresas de tecnologia que atuam no segmento financeiro, oferecendo produtos e serviços com praticidade, agilidade, taxas competitivas e segurança. De acordo com estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Finnovista, o Brasil é o país com maior número de fintechs na América Latina, com 230 das 703 empresas existentes na região.
E mais do que isso: segundo recente pesquisa que a MindMiners realizou sob encomenda do PayPal Brasil, cerca de 20% dos brasileiros que pretendem abrir uma empresa própria afirmam preferir se aventurar no setor da tecnologia e da inovação.
Faz sentido em um mundo onde cada vez mais os cenários econômicos mudam em frações cada vez menores de tempo. Um estudo realizado pela Dell Technologies no primeiro semestre deste ano, prevê que que, graças aos avanços tecnológicos, cerca de 85% das profissões do não tão distante ano de 2030 ainda nem foram inventadas.
Pensando nisso (e na necessidade de estar sempre próximo das tecnologias disruptivas, que surgem a cada estação), o PayPal, líder mundial em pagamentos eletrônicos, está atento às fintechs. Este ano, por exemplo, investiu na LendUp, startup com sede em San Francisco (Califórnia) e que fornece empréstimos pessoais a clientes que não conseguem crédito bancário. Vale lembrar que o PayPal, considerado a primeira fintech do mundo, é um dos protagonistas do processo de democratização dos serviços financeiros e de extinção do dinheiro como conhecemos hoje.
É inescapável: as startups vieram para ficar. Trata-se de um movimento que trará imensos benefícios sociais e econômicos a todos. Por isso mesmo, se você é empresário, não deixe sua companhia sucumbir à falta de humildade em reconhecer que alguém encontrou uma solução melhor para determinada demanda, ou à ideia de que não há nada a aprender com jovens empreendedores.
No mundo corporativo, a falta de humildade também é um pecado capital.